Os últimos acontecimentos ocorridos no nosso País, nomeadamente a declaração do primeiro- ministro ao Acordão do Tribunal, são uma confissão pública deste governo relativamente ao futuro. O governo aproveita esta oportunidade para de forma «revolucionária» aprofundar o corte com a democracia social e económica construída com o 25 de Abril.
Embora sem qualquer referência ao quadro europeu Passos Coelho está a cumprir um desígnio do capitalismo financeiro mundial e europeu que exige o fim do Estado Social e medidas que paradoxalmente vão aumentar a nossa dívida externa tolhendo o futuro do nosso país. Todo o discurso do governo, dos banqueiros e dos políticos europeus da direita é essencialmente punitivo. A culpa da situação é das instituições e constituições democráticas que são vistas como bloqueadoras do processo de «salvação nacional»! A culpa é do povo que gastou mais do que podia e agora tem que pagar!
O capitalismo atual, é punitivo e esquizofrénico. Por um lado, precisa de alargar mercados e, por outro , retira rendimentos aos trabalhadores, em particular aos funcionários do Estado. Por um lado, precisa de emprestar dinheiro e dinamizar a economia, por outro entra na especulação e nas restrições ao crédito. Por um lado, ainda permite um discurso pseudo social e algumas liberdades, por outro precisa de reprimir os sindicatos e movimentos sociais. Pouco a pouco este capitalismo evolui para o autoritarismo que, perante o enorme desemprego existente e o concomitante medo, não precisará de grandes medidas de repressão numa primeira fase.
Se este capitalismo arrogante e sem qualquer compromisso com a democracia triunfasse o futuro da Europa seria negro. A derrota do governo de Passos, sendo o primeiro passo, não é suficiente para inverter a situação. Estamos numa nova fase das lutas sociais no nosso país!A Liberdade está em causa! Perante tempos tão complexos e difíceis urge adotar novos posicionamentos, refazer alianças, atrair novos atores para as lutas sociais. O sectarismo político e social é hoje arcaico e inadmissível. O que nos espera, em especial ás organizações de trabalhadores, desempregados e precários, não é fácil! Todos somos necessários!
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