O presente relatório, baseado nos formulários entrados na DGS via on-line, no ano de 2010, reflete a diversidade das situações e realidade em que os profissionais de saúde exercem as suas funções, encontrando-se, assim, sujeitos à violência oriunda quer dos utentes/famílias que recorrem aos serviços de saúde, quer dos parceiros e funcionários das instituições.
«....Após o tratamento dos dados, verifica-se que:
a) existe uma diminuição das ocorrências de violência, o que se pode dever a iniciativas
locais conducentes à melhoria da qualidade dos serviços, prevenindo e diminuindo as
situações de violência ou, por outro lado, diminuição do reporte de casos.
b) o maior número de episódios de violência ocorre nos hospitais e, com menos
frequência nos centros de saúde, possivelmente por neles existirem maior número de
profissionais de saúde e por se encontrarem nas urgências hospitalares maior
percentagem de situação agudas.
c) nos hospitais, os serviços de internamento de psiquiatria e urgência correspondem ao
locais onde ocorrem maior número de situações de violência, à semelhança do que
acontece noutros países (Gascon et al., 2009) e em relatórios anteriores. Pode existir
uma relação com estes locais de ocorrência devido à condição psíquica do doente, no
caso da psiquiatria e quanto à urgência, por ser uma das portas de entrada para o SNS;
d) em todas as regiões de saúde, as vítimas predominantes são os enfermeiros e os
médicos;
e) a vítima é, geralmente, do sexo feminino com idade compreendida entre os 30 a 49
anos;
f) os tipos de violência com maior expressão são a injúria, violência física e
discriminação/ameaça;
g) o agressor é, frequentemente, o doente/utente/cliente, do sexo masculino e com idade
compreendida entre os 40-59 anos;
h) a maioria das vítimas revelou-se muito insatisfeita perante a forma como a instituição
geriu os episódios de violência, considerando em 50% dos casos que esses episódios
poderiam ter sido prevenidos e reconhecendo, em igual proporção, que os atos de
violência contra os profissionais de saúde na instituição em causa são habituais.
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