A greve geral de 24 de Novembro foi forte no sector público e fraca no privado, embora globalmente melhor do que a última, também realizada a 24 do mesmo mês de 2010.A grande ameaça do desemprego e a precariedade esvaziam em larga medida o direito à greve estipulado na Constituição!Por outro lado têm sido os trabalhadores do Estado e das empresas pública que mais têm perdido rendimentos no último ano .
Relativamente á greve do ano passado existiram algumas dinâmicas sociais interessantes.Maior apoio moral da sociedade aos grevistas e a notória confluência com o movimento sindical do movimento dos «indignados» e das organizações profissionais dos militares e forças de segurança, também fortemente afectadas nos seus rendimentos e condições de trabalho.
O movimento dos indignados ainda está em definição estratégica e com bastante inorganicidade....Duas linhas estão em confronto:uma que pretende ser mobilizadora das pessoas, alargando a sua base de apoio ,mas numa via de conflito brando;uma outra mais radical e de maior confronto social mas que pode perder apoios e emergir como um movimento de guerrilha de rua!
Seria aliás interessante que se procurassem outros locais simbólicos para as manifestações e concentrações e não tanto as escadas da Assembleia da República!Um movimento novo não pode estar tão obcecado pelas escadas do Parlamento que o actual poder na sua fraqueza, considera intocável!
A questão central que esta greve levanta é se pode alterar de algum modo as políticas!Estamos conscientes de que nada.Quando muito pode inibir uma ou outra medida!Estamos a ser governados de fora.Este Governo com a sua ideologia neo-liberal agrava os problemas do País e as consequências da aplicação do memorando da troika.
As greves em cada país da União realizadas de forma isolada não chegarão para alterar a situação!Apenas uma acção concertada á escala europeia , uma acção que envolva o maior número de países e com sectores estratégicos como os rodoviários, ferrovias e aeroportos.Infelizmente para todos os trabalhadores a CES não está capaz de ser o cérebro dessa mobilização!
Finalmente devo confessar que fiquei relativamente surpreendido com o não apoio do Secretário Geral do PS á greve geral!Este partido, o maior da esquerda portuguesa, continua a manifestar uma difícil relação com os movimentos dos trabalhadores.Estando na oposição, com a pior situação de sempre das classes trabalhadoras,o PS não apoia uma greve geral convocada pelas centrais sindicais onde militam os sindicalistas socialistas!Tem medo de quê o José Seguro?Das agências de rating?No mesmo dia uma delas baixou Portugal!Da troika?No memorando não se retira o direito de se apoiar uma greve!Do Governo?Este também ficou admirado!
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