Apenas leio dois jornais, os que circulam na ilha, e sinto-me como encerrado voluntariamente numa redoma de sol e água.
Namorados de férias passeiam enfastiados por avenidas luminosas ,ingleses de mochila gastam os sapatos dando voltas á ilha.
O nosso carro geme no carrocel de estradas emolduradas com cachos de bananas;um velho camponês faz a pintura anual da sua casa.
Os revoltosos sabiam o que os esperava em caso de derrota.O Caniçal tinha sido o local de desembarque escolhido pelas tropas da ditadura.Com os homens da liberdade estava muitos deportados, na sua maioria líderes operários.As hipóteses de sucesso eram poucas, a Europa suportava as ditaduras do sul com medo da Revolução Soviética.Mas aquelas dezenas de revolucionários apostaram tudo naquele acto.A sua coerencia e dignidade iluminam as páginas da nossa História.
Os jornais da época, voz do dono, falaram em revolta esmagada e prisão dos revoltosos apresentados como fascínoras.Jornalismo miserável e vigiado pela censura implacável.Onde está a nossa História e a nossa Memória?
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