Nos últimos dias voltamos a ouvir nos media, em particular na TV, as ameaças aos salários dos trabalhadores da Função Pública.
Economistas prenhes de sabedoria (não percebo como não evitaram a crise) e ex-ministros (alguns até sócios ou ex-sócios de ONG,s humanitárias)afirmam com arrogante certeza que é necessário fazer reduções salariais nos funcionários públicos na ordem de 10 a 20% para se superar a crise
!Colocam no mesmo saco políticos e altos quadros da Função Pública com os muitos milhares de trabalhadores do mesmo ramo que ganham 500 ou 600 euros.Tal proposta é, para além de injusta,cínica , anti económica e destruidora da Administração Pública!
É injusta porque a maioria dos trabalhadores da função pública (excluídos altos dirigentes e os assessores políticos), já não auferem salários particularmente elevados.Uma grande parte, no entanto, tem salários baixos e sem grandes perspectivas de os aumentarem no futuro.
É anti-económica na medida em que iria lançar milhares de pessoas para a pobreza e até para a miséria, para além de contribuir para a anemia da economia.
É cínica na medida que iria contrariar toda a retórica do combate à pobreza e coesão social.
É anti administração pública na medida em que levaria ainda a uma maior fuga de quadros do Estado e a uma maior desmobilização dos restantes.
Finalmente em termos políticos seria o golpe final do PS numa das mais importantes componentes da sua base social.
Primeiro com as suas chamadas reformas em que alterou os vínculos contratualizados á maioria dos trabalhadores do Estado, de seguida alterando a seu belo prazer a fase de transição para a reforma e mais tarde as penalizações das reformas antecipadas.
É injusta porque a maioria dos trabalhadores da função pública (excluídos altos dirigentes e os assessores políticos), já não auferem salários particularmente elevados.Uma grande parte, no entanto, tem salários baixos e sem grandes perspectivas de os aumentarem no futuro.
É anti-económica na medida em que iria lançar milhares de pessoas para a pobreza e até para a miséria, para além de contribuir para a anemia da economia.
É cínica na medida que iria contrariar toda a retórica do combate à pobreza e coesão social.
É anti administração pública na medida em que levaria ainda a uma maior fuga de quadros do Estado e a uma maior desmobilização dos restantes.
Finalmente em termos políticos seria o golpe final do PS numa das mais importantes componentes da sua base social.
Primeiro com as suas chamadas reformas em que alterou os vínculos contratualizados á maioria dos trabalhadores do Estado, de seguida alterando a seu belo prazer a fase de transição para a reforma e mais tarde as penalizações das reformas antecipadas.
Mas o mais grave de tudo foi a forma como realizou o processo....os funcionários foram atacados na sua auto-estima e brio profissional, foram atacados como sendo a causa dos males do País e ainda hoje não são verdadeiramente defendidos.Os séniores que se vão despedindo, muitos deles nem querem voltar mais uma vez que seja ao seu local de trabalho! Muitos dizem que se sentem mal como funcionários públicos e evitam apresentar-se como tal a outras pessoas!
Na Primeira República os funcionários públicos foram um dos principais sustentaculos do Partido Republicano.Tiveram que lutar duro para lhes ser reconhecido um sindicato de classe pelo Governo da República.Muitos estiveram nas sucessivas batalhas com armas na mão para defenderem o regime republicano contra as intentonas monárquicas!
Porém, pouco a pouco os funcionários públicos foram virando.....e muitos acabaram nas fileiras da ditadura do 28 de Maio.
Mas será que ao falarem deste assunto nos últimos dias com tanta insistência não estarão a preparar as mentes para avançarem com estas medidas de redução salarial?
LER A PROPÓSITO «caminhos trocados» de Rui Namorado
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