No passado dia 8 o Secretário-Geral da CES no seu discurso perante os congressistas da CGT francesa afirmava que não seriam os trabalhadores a pagar a crise!Anunciou na altura mais uma euromanif para Março aquando do Conselho Europeu!O costume!
A verdade crua é que são os trabalhadores a pagarem a crise. Os que menos têm são os que mais pagam e os que muito têm menos pagam! São os trabalhadores que vão para o desemprego com a deslocalização contínua das empresas multinacionais! São os salários dos trabalhadores que têm sofrido maior erosão, segundo recente relatório da OIT.
Mas o que podem fazer os sindicatos europeus perante a situação? Muito pouco, para além de negociarem o emprego e obterem algumas medidas de apoio financeiro para as reestruturações e para o desemprego.O sindicalismo europeu é demasiado bem comportado!
A fraqueza dos sindicalismo europeu começa logo por si próprio, ou seja pelas suas debilidades políticas e organizativas. Não podemos falar hoje de sindicalismo europeu como se fosse um bloco coeso, com uma estratégia unificada e uma vontade decidida. Temos o sindicalismo de leste ainda tolhido por sentimentos anti estatistas e com algumas (menos) ilusões sobre a empresa livre! Temos o sindicalismo nórdico com uma tradição de negociação eficaz embora hoje em perda de velocidade....é um sindicalismo, apesar de tudo integrado, tendo um papel relevante na sociedade e no Estado. Temos depois o sindicalismo a sul, mais vivo e reivindicativo, mas enleado na sua maioria em pactos e acordos cada vez mais pobres para os trabalhadores, dado que hoje já não existem as condicionantes da “guerra fria”.
Para além destas componentes do sindicalismo europeu ainda existe toda uma camada de sindicalistas profissionais que mais se assemelham a profissionais da União Europeia do que representantes dos trabalhadores. Os seus salários não são especialmente altos mas têm um estatuto na sociedade de verdadeiros eurocratas. Passam a vida em reuniões e de aeroporto em aeroporto; muitos deles apenas visitam uma empresa de longe em longe e tanto materialmente como culturalmente estão muito longe do “pé descalço” de inúmeras empresas pela Europa fora!
Mesmo o tipo de manifestações europeias são, em geral, para sindicalistas profissionais! E gasta-se uma fortuna para se garantir a participação de uma centena de pessoas!
Algumas centrais consideradas tradicionalmente à esquerda em Espanha ou em França, para não falar noutros países, não resistiriam meio ano sem os apoios estatais que ajudam ao orçamento sindical.
Temos assim um quadro complexo que faz da União europeia uma espécie de corporativismo multinacional! A liberdade e autonomia sindical são verdadeiramente uma ilusão. Para não falar agora de outros problemas que afectam os sindicalismo europeu como o baixo nível de sindicalização a sul e a leste, a fragmentação das grandes empresas e da cultura operária, a precariedade e por aí fora! Mas estas questões serão para outra vez.
A verdade crua é que são os trabalhadores a pagarem a crise. Os que menos têm são os que mais pagam e os que muito têm menos pagam! São os trabalhadores que vão para o desemprego com a deslocalização contínua das empresas multinacionais! São os salários dos trabalhadores que têm sofrido maior erosão, segundo recente relatório da OIT.
Mas o que podem fazer os sindicatos europeus perante a situação? Muito pouco, para além de negociarem o emprego e obterem algumas medidas de apoio financeiro para as reestruturações e para o desemprego.O sindicalismo europeu é demasiado bem comportado!
A fraqueza dos sindicalismo europeu começa logo por si próprio, ou seja pelas suas debilidades políticas e organizativas. Não podemos falar hoje de sindicalismo europeu como se fosse um bloco coeso, com uma estratégia unificada e uma vontade decidida. Temos o sindicalismo de leste ainda tolhido por sentimentos anti estatistas e com algumas (menos) ilusões sobre a empresa livre! Temos o sindicalismo nórdico com uma tradição de negociação eficaz embora hoje em perda de velocidade....é um sindicalismo, apesar de tudo integrado, tendo um papel relevante na sociedade e no Estado. Temos depois o sindicalismo a sul, mais vivo e reivindicativo, mas enleado na sua maioria em pactos e acordos cada vez mais pobres para os trabalhadores, dado que hoje já não existem as condicionantes da “guerra fria”.
Para além destas componentes do sindicalismo europeu ainda existe toda uma camada de sindicalistas profissionais que mais se assemelham a profissionais da União Europeia do que representantes dos trabalhadores. Os seus salários não são especialmente altos mas têm um estatuto na sociedade de verdadeiros eurocratas. Passam a vida em reuniões e de aeroporto em aeroporto; muitos deles apenas visitam uma empresa de longe em longe e tanto materialmente como culturalmente estão muito longe do “pé descalço” de inúmeras empresas pela Europa fora!
Mesmo o tipo de manifestações europeias são, em geral, para sindicalistas profissionais! E gasta-se uma fortuna para se garantir a participação de uma centena de pessoas!
Algumas centrais consideradas tradicionalmente à esquerda em Espanha ou em França, para não falar noutros países, não resistiriam meio ano sem os apoios estatais que ajudam ao orçamento sindical.
Temos assim um quadro complexo que faz da União europeia uma espécie de corporativismo multinacional! A liberdade e autonomia sindical são verdadeiramente uma ilusão. Para não falar agora de outros problemas que afectam os sindicalismo europeu como o baixo nível de sindicalização a sul e a leste, a fragmentação das grandes empresas e da cultura operária, a precariedade e por aí fora! Mas estas questões serão para outra vez.
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