terça-feira, 17 de março de 2009

RESPONSABILIDADE SOCIAL?


Nestlé: 150 anos de responsabilidade social.

Os gestores:

A Nestlé surgiu há 150 anos pelas mãos de um "humanista, muito preocupado com o bem comum". Henri Nestlé lançou a empresa com o objectivo de "produzir farinha láctea para combater a mortalidade infantil", recorda António Reffóios, director geral do grupo em Portugal. "O ADN da Nestlé tem muito haver com a responsabilidade social", frisa No nosso país, a multinacional apareceu em 1933 por iniciativa de Egas Moniz, Prémio Nobel da Medicina, que obteve licença para o fabrico e comercialização da farinha láctea.

Como refere António Reffóios, Egas Moniz "tinha uma forma idêntica à da Nestlé, de ver o compromisso nos produtos de nutrição infantil". E neste produto, muito direccionado para bebés e crianças até aos três anos, a Nestlé assume um conjunto de compromissos de responsabilidade social como a isenção de pesticidas nos produtos agrícolas que compõem a farinha, baixos teores de açúcar, cereais 100% integrais.

A política de sustentabilidade da Nestlé está assente em três pilares: crianças, nutrição e saúde e bem-estar. E, nesse sentido, a Nestlé promove um conjunto de acções que visam os mais pequenos. Como referiu António Reffóios, o grupo desenvolve "com enorme sucesso o projecto Apeteceme' em escolas do 1º e 2º ciclo", iniciativa que visa sensibilizar as crianças para uma alimentação saudável. Tem como princípio doar produtos alimentares para um conjunto de organizações, como por exemplo o Banco Alimentar, "sempre com o denominador das crianças". E, adiantou ainda António Reffóios, também concede apoios, ao nível de mecenato, a instituições como os Pequenos Violinos da Orquestra Metropolitana. S.S.P"(Notícia desta semana)


O sindicalista:


"Tendo em conta o relatório da Nestlé, que apresentou bons resultados em 2007, podemos concluir que o sucesso da Empresa se deve em grande parte aos salários baixos e à política salarial que não acompanha a inflacção, situação apresentada por vários países no comité.
Em Portugal, os trabalhadores mais jovens, da Produção, fazem parte do grupo social que designamos de “geração 500”: são trabalhadores cujo salário (c. € 500) não lhes garante independência económica, dependendo da solidariedade dos pais; ou então têm de ter mais de um emprego e de trabalhar mais de doze horas por dia para poderem responder aos seus compromissos financeiros.

A Nestlé tem vindo a praticar uma política de mínimos, caracteristicamente mercantilista, segundo a lei da oferta e da procura, em que nós, trabalhadores, somos simples mercadoria.
O que move então os trabalhadores a aceitarem trabalhar sob estas condições?: A necessidade de sustentar a sua família, e também de dignificação pessoal e de responsabilidade social.
Mas a condição de salários baixos, sinal de não reconhecimento por esforços que a Empresa impõe, conduz a situações de desmotivação: pela produtividade, mas também pelas questões ambientais.

Também se reflecte na segurança, onde, apesar de adequados equipamentos de protecção individual, existe uma cultura facilitista, comum a toda a hierarquia. Como se pode, então, inverter esta cultura e criar condições para que se promova uma mentalidade de aplicação de boas práticas?(Joaquim Mesquita, dirigente sindical da Nestlé)

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