Nestlé: 150 anos de responsabilidade social.
Os gestores:
A Nestlé surgiu há 150 anos pelas mãos de um "humanista, muito preocupado com o bem comum". Henri Nestlé lançou a empresa com o objectivo de "produzir farinha láctea para combater a mortalidade infantil", recorda António Reffóios, director geral do grupo em Portugal. "O ADN da Nestlé tem muito haver com a responsabilidade social", frisa No nosso país, a multinacional apareceu em 1933 por iniciativa de Egas Moniz, Prémio Nobel da Medicina, que obteve licença para o fabrico e comercialização da farinha láctea.
Como refere António Reffóios, Egas Moniz "tinha uma forma idêntica à da Nestlé, de ver o compromisso nos produtos de nutrição infantil". E neste produto, muito direccionado para bebés e crianças até aos três anos, a Nestlé assume um conjunto de compromissos de responsabilidade social como a isenção de pesticidas nos produtos agrícolas que compõem a farinha, baixos teores de açúcar, cereais 100% integrais.
A política de sustentabilidade da Nestlé está assente em três pilares: crianças, nutrição e saúde e bem-estar. E, nesse sentido, a Nestlé promove um conjunto de acções que visam os mais pequenos. Como referiu António Reffóios, o grupo desenvolve "com enorme sucesso o projecto Apeteceme' em escolas do 1º e 2º ciclo", iniciativa que visa sensibilizar as crianças para uma alimentação saudável. Tem como princípio doar produtos alimentares para um conjunto de organizações, como por exemplo o Banco Alimentar, "sempre com o denominador das crianças". E, adiantou ainda António Reffóios, também concede apoios, ao nível de mecenato, a instituições como os Pequenos Violinos da Orquestra Metropolitana. S.S.P"(Notícia desta semana)
O sindicalista:
"Tendo em conta o relatório da Nestlé, que apresentou bons resultados em 2007, podemos concluir que o sucesso da Empresa se deve em grande parte aos salários baixos e à política salarial que não acompanha a inflacção, situação apresentada por vários países no comité.
Em Portugal, os trabalhadores mais jovens, da Produção, fazem parte do grupo social que designamos de “geração 500”: são trabalhadores cujo salário (c. € 500) não lhes garante independência económica, dependendo da solidariedade dos pais; ou então têm de ter mais de um emprego e de trabalhar mais de doze horas por dia para poderem responder aos seus compromissos financeiros.
Em Portugal, os trabalhadores mais jovens, da Produção, fazem parte do grupo social que designamos de “geração 500”: são trabalhadores cujo salário (c. € 500) não lhes garante independência económica, dependendo da solidariedade dos pais; ou então têm de ter mais de um emprego e de trabalhar mais de doze horas por dia para poderem responder aos seus compromissos financeiros.
A Nestlé tem vindo a praticar uma política de mínimos, caracteristicamente mercantilista, segundo a lei da oferta e da procura, em que nós, trabalhadores, somos simples mercadoria.
O que move então os trabalhadores a aceitarem trabalhar sob estas condições?: A necessidade de sustentar a sua família, e também de dignificação pessoal e de responsabilidade social.
Mas a condição de salários baixos, sinal de não reconhecimento por esforços que a Empresa impõe, conduz a situações de desmotivação: pela produtividade, mas também pelas questões ambientais.
Também se reflecte na segurança, onde, apesar de adequados equipamentos de protecção individual, existe uma cultura facilitista, comum a toda a hierarquia. Como se pode, então, inverter esta cultura e criar condições para que se promova uma mentalidade de aplicação de boas práticas?(Joaquim Mesquita, dirigente sindical da Nestlé)
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