terça-feira, 23 de outubro de 2018

SINDICALISMO E NOVAS GERAÇÕES

O sindicalismo em Portugal corre o risco de se tornar uma coisa exótica para as novas gerações.Por diversos factores históricos e culturais o sindicalismo nao é abordado nas escolas e universidades sendo apenas de forma acessória abordado em algumas escolas profissionais.
Infelizmente em algumas faculdades o sindicalismo é abordado numa perspectiva de gestão e quase nunca numa perspectiva sindicalista.
Temos assim que deixámos crescer na escola o virus da ignorância e do preconceito anti sindical.
Por outro lado a formação sindical concebida e organizada pelas organizações sindicais também não é suficiente para atrair e preparar novos activistas e quadros sindicais.As confederações sindicais nomeadamente a CGTP tem uma actividade assinalável neste domínio.Porém, a maioria dos sindicatos não prioriza a formação sindical.Os seus dirigentes estão essencialmente voltados para a ação sindical, para os múltiplos problemas a resolver.
Mas não podemos ignorar que alguns dorigentes e activistas também consideram que já sabem  a cartilha e julgam qude não precisam de aprender nada.É uma autosufiencia perigosa e estéril que nos faz depois no dia a dia ter sempre o mesmo discurso lembrando aqueles velhos padres da aldeia que sabendo rezar a missa e ler o breviário de nada mais precisavam de saber...O resultado foi terem ficado com as igrejas vazias.
Colocam-se aqui várias questões.  A primeira é a necessidade de encontrar mecanismos no sistema educativo dos jovens para que o encontro destes com o sindicalismo se faça o mais cedo possível e de uma forma séria.Actualmente os jovens ouvem falar de sindicalismo quando os professores e as auxiliares educativas fazem greve, ou os transportes públicos estão em greve.Ouvem o descontentamento dos pais e dos trabalhadores que usam os transporets públicos.Todavia, raramente ouvem as razões dos grevistas e o que verdadeiramente está em causa.
A segunda questão é a necessidade de integrar de forma mais forte a componente dos direitos laborais e do sindicalismo em toda a formação profissional.O IEFP deveria constituir uma bolsa de formadores sindicais para o efeito com a participação das confederações na seleção e certificação dos mesmos..
A terceira questão é a necessidade das confederações sindicais e os dirigentes dos sindicatos priorizem a formação sindical como forma de aprendizagem permanente e de recrutar mais activistas.
Outra discussão é a questão das metodologias sindicais que felizmente têm evoluído muito em toda a Europa .A metodologia valorizando a experiência, a ação no terreno, a partilha de saberes e  o estudo das mudanças no mundo do trabalho e os desafios que colocam.

Sem comentários: