segunda-feira, 1 de outubro de 2018

CGTP COM 48 ANOS-o que se andou para aqui chegarmos!

Na semana passada num evento sindical um jovem sindicalista desabou com alguma frustração que
quando se abeira das e dos colegas para falar das questões sindicais sente uma reação como, nas palavras dele,«o sindicalismo tivesse peste »Estava a falar de pessoas com curso superior a quem, algumas, até a palavra «trabalhador» lhes faz comichão.Porque são técnicos e entendem que trabalhador apenas se aplica ao agrícola e ao pedreiro!
Todavia, com 44 anos de democracia e com tantas e importantes transformações ocorridas no nosso Portugal seria de esperar uma outra percepção das pessoas sobre o sindicalismo e até uma adesão mais forte e empenhada.Transformações importantes que , as mais sólidas, tiveram a mão do Movimento Sindical Português , em particular da CGTP que agora comemora o seu 48 aniversário!Mas o problema começa logo no interior do sindicalismo e na concorrência entre organizações sindicais.No mesmo evento um sindicalista da central rival, a UGT, lembrava apenas o combate contra a unicidade como a grande batalha dos primeiros anos de democracia.Olvidava assim perante sindicalistas que já tinham nascido após a Revolução de Abril todo o importante contributo do Movimento Sindical para a derrota da ditadura e para o extraordinário progresso social que se seguiu ao 25 de Abril!
Os problemas que hoje o sindicalismo enfrenta começam então no interior do próprio sindicalismo.Sobrevaloriza-se o que divide e alguns sindicalistas para esconderem a fraqueza das suas organizações fazem o discurso da guerra e do primeiro lugar nos tops sindicais.No discurso falam nos interesses dos trabalhadores mas estão mais interessados no «penacho», nas benesses que usufruem enquanto dirigentes.Por alguma razão temos tantos sindicatos em alguns sectores.Não,não são os interesses dos trabalhadores que movem estes sindicalistas.São os interesses pessoais e partidários.

O Movimento Sindical Português foi, e uma parte ainda é, dos mais combativos da Europa Ocidenteal.Alguns sindicatos históricos que estão na UGT,como os seguros e bancários, foram essenciais no combate à ditadura e contribuiram muito para a mudança radical das relações laborais e condições de vida e trabalho dos portugueses portugueses.A divisão, de que alguns se orgulham, não vieram beneficiar os trabalhadores protugueses.Claro que a unicidade forçada também não era solução sindical.Cabe aos trabalhadores encontrarem a unidade na diversidade ideológica e política.Mas existem países onde existe uma única central sindical e existe democracia como no caso do Reino Unido.A busca da unidade dos trabalhadores deve ser um anseio permanente, procurando na prática a unidade possível nas lutas do dia a dia.A cultura sindical e a formação dos mais novos deve procurar cimentar o espírito da unidade e não a cultura da divisão, da supremacia,do penacho!
Para mantermos a nossa identidade não é necessário derrotar o outro que faz o mesmo combate!

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