Novamente os incêndios incendeiam a política portuguesa!No incêndio de Monchique os políticos não entraram em cena durante as operações mas acompanharam o acontecimento .Todavia,algumas forças políticas actuaram através da comunicação social e de vários comentadores.Da parte do Governo e do aparelho da Proteção Civil a maior preocupação foi evitar tragédias como as do Pedrogão, enquanto as forças da oposição, embora discretas, falaram através de vários comentadores e dos órgãos de comunicação social.Impressionante foi, sem dúvida, a fila de comentadores e especialistas, alguns deles nunca saíram dos gabinetes, a criticarem os operacionais no terreno, nomeadamente as abordagens ao incêndio e a actuação da GNR na evacuação das populações.
Alguns devem ter conhecimentos de combate a incendios rurais e talvez estivessem a fazer críticas justas.No entanto, não percebo como, em pleno combate, vieram para a televisão criticar os operacionais e o comando que se esforçavam tenazmente para dominar o fogo avassalador e proteger as populações.
Apenas posso entender este comportamente pela pressão exercida pelos órgãos de comunicação que sentem necessidade a todo o momento de ter a última palavra, a verdade, a notícia melhor que o concorrente.Por outro lado, os especialistas não resistem à tentação de dar uma «bicada» num rival ou em alguém que naquele momento tem responsabilidades no terreno, em alguém que defende teses diferentes, enfim a «guerra de capelinhas» que conhecemos bem.
Monchique ainda vai ser aproveitado políticamente nos próximos tempos.A direita está atenta para tirar o máximo proveito da tragédia e dizer que o Estado não consegue defender os cidadãos nem consegue manter os combóios e hospitais em funcionamento.Tenta fazer-nos esquecer que foram as políticas liberais e da austeridade que nas últimas décadas foram desertificando o País, desinvestindo nos serviços públicos e infra estruturas ferroviárias.Lamentávelmente o PS alinhou ou foi obrigado a alinhar nestas políticas.Para mudar esta otientação estratégica não basta uma «geringonça» como a actual.É necessária uma outra política para a próxima legislatura.Será possível a convergência num programa para salvar o SNS,melhorar mais a nossa investigação e educação,inverter a desertificação ambiental e social do interior, melhorar os direitos dos trabalhadores?É este o desafio!
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