domingo, 30 de abril de 2017

MAIO DOS TRABALHADORES E O SINDICALISM0 PORTUGUÊS!

Nos tempos passados a ditadura portuguesa, com o apoio da estrutura da Igreja Católica,tudo fazia para retirar ao 1º de Maio as tintas vermelhas deste  dia,procurando que o povo português no seu conjunto perdesse a memória da importância destas comemorações!O mês de Maio era o mês de Maria, das rosas, de S. José, do Rosário, enfim era o mês de tudo menos do Movimento Operário Internacional!As greves, concentrações, manifestações ocorridas nesse Dia eram rapidamente reprimidas e jamais noticiadas.Ou, se eram noticiadas,dizia-se sempre que quem as promovia eram uns desordeiros,comunistas e anarquistas!Tudo estava controlado, ou quase tudo, nesses tempos sem jornais livres, com um canal de TV e sem internet!
As primeiras comemorações livres e verdadeiramente unitárias do 1º de Maio ocorreram em Maio de 1974!E depois sucederam-se felizmente muitas comemorações, embora quase sempre em locais diferentes e cada central sindical à sua maneira!
Hoje também existem várias tentativas para fazer esquecer Maio aos trabalhadores, desde as iniciativas do Pingo Doce, promovendo o trabalho nesse dia, até às ações dos meios de comunicação, tornando a data exotérica, curiosa, do passado, enfim uma data para fazer uma festa e um lanche!!
As mudanças entretanto ocorridas ao nível geopolítico,com destaque para a globalização capitalista , para a queda do muro de Berlim e a emergência de uma grande nação como a China de economia de estado fabricadora de milionários, não foram suficientes para uma mudança de fundo nas estratégias sindicais portuguesas!Paradoxalmente a construção de uma alternativa de governação à esquerda não facilitou até agora o necessário salto qualitativo no sindicalismo português face à nossa situação periférica e de baixos salários e perda de direitos!Porquê?
São muitas as causas e convém não fugir das mesmas como o diabo da cruz!São razões que estão relacionadas com o percurso histórico das organizações sindicais e das práticas e políticas concretas das mesmas,da concorrência  política dos partidos, influência eleitoral e no aparelho de Estado!São diferenças ideológicas importantes, sectarismos e práticas de reprodução do poder e dos mesmos no poder!
Tudo pode ser muito compreensível mas temos necessidade de pessoas que lancem novas pontes sindicais para uma unidade na diversidade.Apenas com um novo salto corajoso poderemos dar inicio a um novo cíclo sindical de ação mais concertada, pondo fim a velhas querelas, incentivando os militantes sindicais, muitos deles partidários, à prática de um sindicalismo de base, unitário, aberto.
Também no mundo sindical precisamos de concertar e unir forças para equilibrar o mundo do trabalho.As gerações mais novas olharão de novo para o sindicalismo, os que estão sindicalizados em diferentes sindicatos poderão falar melhor e unirem-se para a luta, os que nunca se sindicalizaram poderão experimentar para se sentirem mais protegidos!Não nos enganemos com a situação.Sem força e unidade dos trabalhadores e renovação das suas organizações todas as conquistas terão pés de barro!MAI0 É A MEMÓRIA MAS TAMBÉM O FUTURO!

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