Ainda hoje são frequentes os discursos sobre os acidentes de trabalho culpabilizantes dos trabalhadores.Não raras vezes ouvimos, antes mesmo de qualquer inquérito, dizer que existiu falha humana...Mesmo algum discurso técnico não está isento de responsabilidade neste culpabilizar a vítima de um sistema que por não estar bem é que produziu o acidente!Antes de mais um acidente de trabalho é um sintoma de que algo não está bem na organização/empresa.Interessante este artigo de um autor brasileiro.Diz ele na introdução:
«Apesar dos avanços no campo da análiseacidentológica (ALMEIDA, 2006; BINDER, ALMEIDA & MONTEAU, 1995; OSÓ-RIO, MACHADO & MINAYO-GOMEZ, 2005), as concepções que responsabilizam os próprios trabalhadores pelos acidentes de que são vítimas mantém-se com vigor no dia-a-dia das fábricas (OLIVEIRA, 1997; SANTOS, 1991).
Como veremos adiante, o binômio atos inseguros-condições inseguras mantém seu poder de sedução.Ato inseguro e condição insegura são os conceitos centrais da “teoria dos dominós” elaborada na década de 1930. Para Heinrich (1959), o acidente seria causado por uma cadeia linear de fatores, como uma seqüência de dominós justapostos, que culminaria na lesão. A primeira peça do dominó seria os “fatores sociais e ambientais prévios” responsáveis pela formação do caráter dos operários. A segunda peça, os comportamentos inadequados dos trabalhadores, frutos de características herdadas ou adquiridas. Esses comportamentos inadequados poderiam vir a constituir-se em atos inseguros, isto é, em comportamentos de risco que, juntamente com a presença de condições inseguras (atos e condições inseguros são a terceira peça do dominó), levariam à ocorrência do acidente e, por fim, à lesão (respectivamente a quarta e a quinta peças da seqüência de dominós» LER
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