Dezenas de comentadores e analistas argumentam até à saciedade que é preciso medidas duras para “acalmar” os mercados, tal como os antigos povos acalmavam os deuses que exigiam a sua quota de vítimas! Os oráculos falaram, o poder reuniu e decidiu tomar já uma medida para acalmar os ditos mercados: alterar as regras do subsídio de desemprego.
Esta medida e uma reunião do Primeiro Ministro com um tal senhor chamado Passos Coelho eleito há pouco tempo chefe de um partido da oposição irão acalmar os mercados que estão sedentos de juros altos!
Esta medida e uma reunião do Primeiro Ministro com um tal senhor chamado Passos Coelho eleito há pouco tempo chefe de um partido da oposição irão acalmar os mercados que estão sedentos de juros altos!
No fundo passa a ideia de que a nossa situação crítica se deve a esses milhares de “malandrecos” que estão no desemprego e nunca mais querem trabalhar! Ouvindo alguns senhoritos como o Miguel Sousa Tavares e outros comentadores bem instalados na vida a culpa é dos desempregados, dos que estão integrados no rendimento mínimo e dos trabalhadores absentistas! Ao que chegaram estes senhores que em tempos andaram de cravo vermelho ao peito e que agora são loquazes sacerdotes dos tais mercados que não olham a meios para destruir o projecto europeu começando pelos países mais vulneráveis!
Lamentavelmente o PS está desarmado ideologicamente! Entreteve-se a gerir o poder e a usufruir do mesmo todos estes anos! Agora para se salvar incorpora as miseráveis reivindicações de uma direita socialmente xenófoba que prega o ataque aos pobres e aos trabalhadores como salvação da pátria! Reivindicações que são ouvidas aqui e acolá pelas gentes mais variadas como de senso comum se tratasse....Mas não são!
Em situação de crise uma parte dos portugueses sempre encontra um bode expiatório nos mais fracos e sempre apelou para medidas autoritárias! É mais fácil sustentar e defender ideologicamente o banco alimentar contra a fome! É a caridade que é defendida, o amor aos pobrezinhos!
O direito a ter um mínimo para a sobrevivência, independentemente da situação relativamente ao trabalho não está suficientemente enraizado e trabalhado. É uma questão cultural a que a esquerda nunca deu grande importância! Há que aprofundar!
Ler artigo de Paulo Pedroso
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