Para além dos asiáticos, a SO- LIM (Associação de Solidariedade Imigrante) está também preocupada com o número crescente de cidadãos europeus, como romenos e búlgaros, prisioneiros das redes de mãode-obra escrava.
Embora não existam dados estatísticos, a associação garante que nos últimos meses teve conhecimento de diversos casos de exploração laboral, facilitada pelo facto de serem trabalhadores comunitários e, por isso, beneficiarem de livre circulação no espaço europeu. "A livre circulação, que é uma coisa boa, transformou-se nalguns casos em livre exploração, sem qualquer registo nem pagamento de impostos ou respeito pelos direitos humanos", alerta Alberto Matos, preocupado com um fenómeno que "deveria merecer uma particular atenção" por parte dos governos europeus.
Alguns são agredidos
Recrutados por grupos de antigos militares e polícias que "controlam estas novas mafias", romenos e búlgaros chegam por períodos de tempo inferiores a dois meses, trabalham em explorações agrícolas do Alentejo, por vezes sem salário, sobrevivem em condições desumanas e depois são levados para outras paragens, como Espanha ou o Sul de França. "Não chegam a registar-se, não descontam para a Segurança Social e por vezes não só não lhes pagam como ainda lhes batem. Isto está a passar-se bastante e em vários pontos do país".
Uma destas "pseudo-empresas" de trabalho temporário, gerida por um "empresário" romeno que se encontra referenciado pela Autoridade para as Condições de Trabalho é suspeita de estar envolvida em situações de recrutamento de trabalho escravo, extorsão de salários e violência física sobre trabalhadores.Num dos casos que se encontra em investigação, a GNR identificou 11 romenos que viviam em condições degradantes numa casa na aldeia de Selmes,Vidigueira. Descalços, sujos e famintos eram forçados a deslocar-se diariamente dezenas de quilómetros para trabalhar em explorações agrícolas da região.
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