domingo, 2 de novembro de 2008

A GREVE GERAL DE NOVEMBRO DE 1918 (memórias)


Em Novembro de 1918 os trabalhadores portugueses realizaram uma das maiores greves de todos os tempos.O contexto político era caracterizado por uma situação muito difícil para as classes populares porque o País estava em guerra e a carestia de vida era enorme, com aumentos de 30 a 90% de produtos essenciais.Havia, no entanto perspectivas de acabar a guerra e estava no início a Revolução Russa que, na altura, era uma grande esperança para o movimento internacional dos trabalhadores.
Entretanto, uma parte significativa dos sindicatos , onde os anarquistas tinham importante influencia,decidiram avançar na preparação da GREVE GERAL que para eles teria um carácter de insurreição e acabaria com o Governo autoritário e fascisante de Sidónio Pais.

A Greve embora alastrasse a todo o País industrial foi derrotada pelo exército e pela GNR.

Segundo António José Telo in "O Sidonismo e o Movimento Operário Português"-A resposta do Governo teve a brutalidade que já se esperava:ao alvorecer do dia 18 são feitas rusgas gigantescas em Lisboa e na margem sul, realizando-se mais de 300 prisões preventivas especialmente entre os comités de greve conhecidos graças à acção da Polícia Preventiva enquanto as estações são ocupadas militarmente ", as ruas são densamente patrulhadas por forças aramadas de carabina e no Governo Civil de Lisboa se concentram 1000 polícias armados....os sindicatos são quase todos revistados e os dirigentes presos."

A greve dura até ao dia 20 e 21 com grande repressão e autodefesa operária através de bombas artesanais e algumas armas.
No dia 20 realiza-se uma parada militar de intimidação na Av. da Liberdade com milhares de soldados(maioria camponeses analfabetos) e material pesado e onde aparece Sidónio com mais de 200 oficiais.
Entretanto os Jornais gritavam que era preciso esmagar até ao fim a greve porque caso contrário teríamos os "sovietes"!!

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