A debilidade da social democracia e ascensão
da extrema direita ao nível político em conjugação com um neoliberalismo
económico, reforçado pelo autoritarismo americano, estão a criar muitos
problemas aos sindicatos europeus.
Nos últimos tempos temos visto as dificuldades que enfrentam os sindicatos
franceses perante as políticas liberais de Macron relativas às empresas púbicas
e à representatividade das organizações de trabalhadores e do associativismo em
geral.O Presidente francês segue uma política de ouvir os sindicatos mas de não
negociar com os mesmos.De forma voluntarista e tecnocrática pretende aplicar as
suas políticas desvalorizando as instâncas de concertação social.Mas, no fundo
é o qua fazem outros governos conservadores ou social democratas, estes últimos
residuais na actual União Europeia.
São muitos assim os actuais constrangimentos
ou condições desfavoráveis para a ação sindical a nível do chamado diálogo social
que nunca esteve a níveis tão baixos na UE.Em geral os governantes actuais, em
geral vindos das forças liberais ou conservadoras,são também uma outra geração
que chegou ao poder e que já nasceu, ou pelo menos, se formou e educou num mundo
de neoliberalismo e de perda de influência sindical e de grandes transformações
no mundo do trabalho.De sindicalismo pouco sabem e nunca experimentaram a militancia sindical.Têm
umas ideias gerais e, por vezes, preconceituosas.Olham para os sindicatos como
um contra poder ou oposição às suas políticas autoritárias e voluntaristas.
Dito isto é importante então afinar as
estratégias sindicais para enfrentar esta situação europeia caracterizada pela
desvalorização salarial e da representatividade sindical como caminhos para dar
competitividade à economia europeia, aumentando a desgualdade social e a
concentração da riqueza.
Neste quadro é fundamental que as organizações
sindicais valorizem mais o que as une e menos o que as divide, ou seja, que
valorizem mais o pluralismo no seio dos trabalhadores.Se continuarem a valorizar
mais a concorrência do que a cooperação não vai ser fácil ter êxito nas lutas. Se valorizarmos mais a
história e os conflitos passados não vamos enfrentar os novos problemas que nos
esperam.Por outro lado as organizações sindicais terão que enfrentar a
segmentação do trabalho com estratégias complementares à negociação colectiva
de sector.Há que encontrar formas de representar e mobilizar os trabalhadores
atípicos, precários e independentes, todos os que têm contratos individuais.O
sindicato é uma organização de massas onde cabem todos os trabalhadores, de
esquerda ou de direita, religiosos ou ateus, com contrato efectivo ou a prazo.A
democracia é o método de decisão.Um homem ou mulher igual a um voto.Com estas medidas teremos mais força sindical e melhora a imagem do sindicalimso.
O sindicalista, embora desenvolvendo uma
actividade de cidadania, não pode aparecer como um político partidário,
manobrador, que tanto te convida para uma ação sindical hoje como, amanhã, te
convida para participar numa actividade de este ou daquele partido político.Coloca-se
a questão da credibilidade e da autenticidade dos representantes dos trabalhadores.
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