domingo, 1 de julho de 2018

SITUAÇÃO EUROPEIA EXIGE MAIS FORÇA SINDICAL



A debilidade da social democracia e ascensão da extrema direita ao nível político em conjugação com um neoliberalismo económico, reforçado pelo autoritarismo americano, estão a criar muitos problemas aos sindicatos europeus.
Nos últimos tempos temos visto  as dificuldades que enfrentam os sindicatos franceses perante as políticas liberais de Macron relativas às empresas púbicas e à representatividade das organizações de trabalhadores e do associativismo em geral.O Presidente francês segue uma política de ouvir os sindicatos mas de não negociar com os mesmos.De forma voluntarista e tecnocrática pretende aplicar as suas políticas desvalorizando as instâncas de concertação social.Mas, no fundo é o qua fazem outros governos conservadores ou social democratas, estes últimos residuais na actual União Europeia.
São muitos assim os actuais constrangimentos ou condições desfavoráveis para a ação sindical a nível do chamado diálogo social que nunca esteve a níveis tão baixos na UE.Em geral os governantes actuais, em geral vindos das forças liberais ou conservadoras,são também uma outra geração que chegou ao poder e que já nasceu, ou pelo menos, se formou e educou num mundo de neoliberalismo e de perda de influência sindical e de grandes transformações no mundo do trabalho.De sindicalismo pouco sabem e  nunca experimentaram a militancia sindical.Têm umas ideias gerais e, por vezes, preconceituosas.Olham para os sindicatos como um contra poder ou oposição às suas políticas autoritárias e voluntaristas.
Dito isto é importante então afinar as estratégias sindicais para enfrentar esta situação europeia caracterizada pela desvalorização salarial e da representatividade sindical como caminhos para dar competitividade à economia europeia, aumentando a desgualdade social e a concentração da riqueza.
Neste quadro é fundamental que as organizações sindicais valorizem mais o que as une e menos o que as divide, ou seja, que valorizem mais o pluralismo no seio dos trabalhadores.Se continuarem a valorizar mais a concorrência do que a cooperação não vai ser fácil  ter êxito nas lutas. Se valorizarmos mais a história e os conflitos passados não vamos enfrentar os novos problemas que nos esperam.Por outro lado as organizações sindicais terão que enfrentar a segmentação do trabalho com estratégias complementares à negociação colectiva de sector.Há que encontrar formas de representar e mobilizar os trabalhadores atípicos, precários e independentes, todos os que têm contratos individuais.O sindicato é uma organização de massas onde cabem todos os trabalhadores, de esquerda ou de direita, religiosos ou ateus, com contrato efectivo ou a prazo.A democracia é o método de decisão.Um homem ou mulher igual a um voto.Com estas medidas teremos mais força sindical e melhora a imagem do sindicalimso.
O sindicalista, embora desenvolvendo uma actividade de cidadania, não pode aparecer como um político partidário, manobrador, que tanto te convida para uma ação sindical hoje como, amanhã, te convida para participar numa actividade de este ou daquele partido político.Coloca-se a questão da credibilidade e da autenticidade dos  representantes dos trabalhadores.

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