A crise política presente é reflexo de uma crise
mais vasta e profunda que o nosso país atravessa! Uma crise dentro da crise
mundial que o próprio capitalismo criou e não os trabalhadores. Após as
demissões dos ministros das Finanças e dos Estrangeiros a atual maioria entrou
também em profunda crise, embora não aceite eleições antecipadas como toda a
oposição solicitou ao presidente. Entretanto este vem com uma proposta que tem
dois objetivos essenciais. O primeiro grande objetivo é evitar que a sua área
política perca o poder nas várias instituições do Estado.
Este
objetivo está interligado com um segundo que é acorrentar o PS a esta maioria.
O objetivo estratégico é levar a cabo as políticas de austeridade,
eventualmente amenizadas, recomendadas pelos credores, fazendo de caminho uma
recomposição da sociedade portuguesa.
Numa primeira fase este governo agarrou o
memorando com todas as mãos como instrumento precioso para fazer o que alguns
setores das classes dominantes portuguesas pretendiam há décadas, ou seja, uma
revisão do regime e da constituição, passando por um Estado controlado pelos
interesses privados e por um regime económico de despotismo laboral! Mas esta
proposta é inviável e inaceitável por importantes setores das classes
populares, incluindo segmentos das classes medias.
Estas políticas do Governo/Troika têm sido um
desastre aplicadas á nossa sociedade, apesar da relativa acomodação da
sociedade portuguesa ao empobrecimento imposto. As lutas sociais existem,
tiveram alguns picos mas o medo, algumas almofadas e a pobreza estão, por
enquanto, a manietar-nos.
Neste quadro, a crise chegou a um governo ultra
liberal e incompetente. Agora para continuarem o seu projeto de reconfiguração
do Estado com liquidação da sua dimensão social pretendem a colaboração do
Partido Socialista. O PR/Belém, afeto á coligação do governo, gerou a sua
rebuscada proposta que apenas engana quem quer ser enganado.
O essencial é debater se Portugal pode continuar
com políticas de recessão e desemprego. Se não pode terá que renegociar tudo,
ou seja, dívida (eventual perdão de uma parte), juros e tempo de pagamento.
Claro que estes não são os interesses dos credores modernos que vivem de ganhos
imediatos e rápidos, tipo casino. A maioria dos credores borrifa-se para o
chamado investimento produtivo e não conhece ninguém! Querem dinheiro fácil
para remunerar os investidores! Esta contradição pode deitar tudo a perder,
nomeadamente o projeto de uma Europa democrática de paz e de prosperidade!
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