No passado dia 27 uma percentagem significativa dos trabalhadores portugueses fez mais uma greve geral! Uma greve forte no setor público e bastante menos forte no privado! Foi Importante a convergência da CGTP e UGT sob ponto de vista simbólico. Sabemos que alguns sindicatos da UGT viveram esta greve a contragosto, claro, e pouco fizeram para mobilizar os trabalhadores! Do lado da CGTP, embora em menor percentagem, também houve pouco entusiamo em alguns ativistas. A própria Confederação Europeia de Sindicatos (CES) inexplicavelmente não enviou qualquer mensagem de solidariedade!
Porém, foi muito mais o medo e a falta de dinheiro a impediram que a greve fosse efetivamente algo de inédito e de muito mais largo alcance político. Mas não só! Para além do cansaço dos trabalhadores com a crise, que nos afeta de modo particular, com o desemprego, impostos e cortes salariais, temos um problema grave nos locais de trabalho. O problema chama-se desmobilização por pouco ou nada se acreditar nas nossas próprias organizações.
Neste sentido há que fazer um debate profundo no movimento sindical sobre o que se passa nos locais de trabalho. É que o nosso sindicalismo deixou de ser de base e de massas como lhe compete e está escrito nos documentos fundadores, pelo menos da CGTP! Não estou a culpar ninguém! A responsabilidade é de todos distribuída pela influencia que cada corrente tem no sindicalismo português. É um facto que pouco a pouco a sindicalização baixou muito. A crise ajudou neste caminho. Mas não foi apenas um problema da crise. A questão preocupante é que base sindical nos locais de trabalho restringe-se quase aos militantes partidários, suas bandeiras e discursos! Julgo que as pessoas lúcidas, mesmo militantes partidários com visão, não podem ficar satisfeitas com esta situação!
O sindicalismo é um movimento dos trabalhadores, de massas, congregando todos os trabalhadores para além das suas conceções religiosas, políticas e filosóficas. É preciso superar urgentemente esta situação que pode matar o sindicalismo naquilo que tem de melhor, ou seja, de um movimento participado dos trabalhadores para a defesa dos seus interesses e direitos num sentido transformador sob ponto de vista económico, cultural e político. O que fazer para superar a situação? É esse o debate. Voltarei ao assunto!
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