O mundo está em ebulição numa espécie de revolução! Em vários países setores importantes da população, em particular jovens, contestam claramente o poder! Primeiro as ditaduras árabes agora na Turquia e no Brasil. Também numa Europa, a braços com uma crise colossal, se levantam de vez em quando segmentos importantes da população, em particular os movimentos contra a austeridade, corrução e as desigualdades.
No Brasil, deram-se nos últimos dias importantes manifestações, de início para se reivindicar transportes mais baratos, para depois se passar á exigência de melhores serviços de saúde e educação. O movimento que engrossou com rapidez passou também a exigir o fim da corrução e atacar diretamente a classe dirigente em geral e o próprio poder político, uma coligação de partidos de centro esquerda liderada pelo Partido dos Trabalhadores.
Vários comentadores, participantes e analistas concordam em que o movimento surpreendeu pela rapidez no tempo e pelo alargamento das suas reivindicações. Segundo vários observadores não aparecem líderes conhecidos e a mobilização é organizada em larga medida pelas redes sociais.
O Brasil do futebol, do progresso e do protagonismo internacional que emergiu em particular com Lula está com sinais evidentes de crise! Crise de crescimento que desencadeou muitas dinâmicas, nomeadamente alargamento das classes médias, desejos de consumo e de combater a porca miséria! O PT , Partido dos Trabalhadores, será de algum modo vítima da dinâmica desenvolvimentista que desencadeou! Uma dinâmica com objetivos de inclusão e de melhoria da vida das classes trabalhadoras, sem dúvida! Uma dinâmica de crescimento capitalista pouco diferente daquela que é apanágio da direita mais moderna, também! Crescimento não sustentável, delapidador do ambiente e baseado em grandes obras e em grandes grupos económicos e na agroindústria tem os dias contados a prazo.
A diferença entre a esquerda e direita estará também no modelo de crescimento e não apenas numa melhor distribuição do rendimento. Está em colocar os serviços públicos de qualidade no centro das politicas. Está no combate por mobilizar as populações para a participação cultural, política e económica e não no assistencialismo e paternalismo! Na melhoria salarial contra a imoral desigualdade entre executivos e demais trabalhadores. No tornar as grandes cidades espaços de vida e de humanidade, contra a agressão da miséria! Aí a habitação tem um lugar especial! O lugar e a casa onde se vive têm muita força!
O Brasil, que ainda está em ebulição, será um novo palco de ação e de debate! Vamos estar atentos.
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