A Espanha laboral e social vai estar nos próximos dias em manifestação com todas as centrais sindicais contra a última reforma laboral agora implementada pelo PP no poder! Uma reforma laboral radical que coloca em causa a segurança mínima no trabalho e permite um modelo de despedimento livre e gratuito! Isto em nome de combater o desemprego que é, sem dúvida o principal e mais grave problema da Espanha atual!
Na Grécia, por sua vez, as greves gerais sucedem-se perante cortes selváticos de pensões e salários e o proliferar da economia paralela, refúgio de muitos cidadãos perante a pilhagem a que estão sujeitos pelo Estado e pela troika.
Entretanto a Confederação Europeia de Sindicatos marca manifestações para todos os países europeus a realizar no próximo dia 29 de Fevereiro. Na Itália os sindicatos começam a movimentar-se e os belgas estão em todas. No entanto são os países periféricos que mais pressionados estão no sentido de reformarem os seus modelos laborais.
No entanto, não podemos esquecer que se a economia alemã está forte o deve á moderação salarial dos trabalhadores alemães. Foi o próprio presidente do Bundestag (parlamento) que o disse em entrevista ao jornal Público. Nessa entrevista foi claro ao dizer que não tem havido distribuição pelos trabalhadores dos ganhos de produtividade. Quem paga a competitividade da Alemanha são, portanto, os trabalhadores!
Podemos assim concluir que estamos no centro de uma guerra social que atravessa toda a Europa com particular dureza em países como a Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha. Uma guerra que vai empobrecer as classes médias e levar á miséria as classes trabalhadoras que vão para o desemprego. A alternativa não está entre o desemprego ou trabalho escravo. A alternativa é trabalho digno para todos!
Perante esta situação há que lutar! Não isoladamente, mas sim com uma estratégia que envolva as organizações sindicais e sociais de todos os países! As direções sindicais e os partidos de esquerda não estão a fazer tudo o que podem fazer para ganhar esta guerra que pretende reconfigurar a União Europeia, o seu estado social e o seu modelo laboral. Para esta guerra ser ganha é necessária uma nova orientação dos partidos socialistas de toda a Europa e uma intervenção mais acentuada das igrejas. Não basta querer o nome de Deus escrito na Constituição Europeia. É necessário escrever o nome de Deus e a consequente dignidade nas instituições comunitárias e nas respetivas políticas!
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