terça-feira, 25 de outubro de 2011

E DEPOIS DA GREVE GERAL?

Vamos ter uma nova greve geral a 24 de Novembro, no mesmo dia, aliás da que foi realizada há um ano!O que mudou entretanto?Muito na situação social e política e pouco no campo sindical!Neste as coisas estão como estavam há um ano!

Depois da greve do ano passado cada Central Sindical foi à sua vida, os trabalhadores que aderiram tiveram a oportunidade de protestar contra as ameaças e medidas de Sócrates, em particular os funcionários públicos, claro!Sócrates, entretanto também foi estudar filosofia e ainda veio um outro primeiro ministro que faz tudo ao contrário do que tinha prometido!A situação piorou para todos os trabalhadores:mais desemprego, mais cortes, mais impostos!Vamos a outra greve geral igual à do ano passado, com os mesmos protagonistas e de 24 horas!E depois?Voltamos ao mesmo?

A próxima greve geral pode ser diferente e não ser um mero protesto repetido e ordeiro!Pode ser algo de novo que dê esperança a quem trabalha e tenha alguma eficácia.Mas teria que existir uma outra visão política e estratégica dos seus principais actores.Nesta linha seria importante:

1º CGTP , UGT e sindicatos não filiados prepararem a greve geral em conjunto.Reuniões nos locais de trabalho conjuntas com distribuição de documentos preparados e cuidados no discurso, explicando o que está em curso e o que se vai fazer a seguir á greve geral.

2.Preparação conjunta de propostas a apresentar no Concelho de concertação social, nomeadamente sobre salário mínimo, reforma,despedimentos, participação nas empresas, formação profissional, recibos verdes/precariedade e horários, saúde no trabalho -tudo no quadro de revitalização da contratação colectiva.

3. Trabalhar para se constituir uma plataforma sindical e social, plural consistente em Portugal capaz de mobilizar cada vez mais camadas da sociedade e  tornar eficaz a luta contra a subversão neoliberal e conservadora em curso.

Sei que existem muitos sindicalistas que gostariam de alinhar num processo destes.Uns não o fazem por fidelidades partidárias, outros porque estão presos a pactos políticos do passado que dividiram as forças sindicais e ainda outros que perspectivam o sindicalismo na concorrência sindical como fosse uma empresa!
Idealista-dizem alguns!De facto , eu diria pragmático, para além de uma dose de esperança!Mas, por acaso temos outro caminho em Portugal e na Europa? Temos, claro, é o que estamos a seguir e, se nada se fizer,vamos perder muito do que se ganhou no século XX!

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