Os acidentes de trabalho e as doenças profissionais custam anualmente às empresas e ao Estado perto de 1,5 mil milhões de euros. Um motivo que, por si, devia ser mais do que suficiente para convencer as empresas a avaliar e a prevenir os riscos a que todos os dias os trabalhadores estão sujeitos.
O alerta dado por Luís Lopes, o coordenador executivo para a promoção da segurança e saúde no mundo laboral na Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), é válido para todos os sectores de actividade e torna-se mais importante numa altura em que a crise financeira ameaça estender-se à economia real.De acordo com um estudo recente da ACT, os custos imediatos com os acidentes de trabalho e doenças profissionais em Portugal - incluindo a baixa médica e o tempo de paragem dos equipamentos - ronda os 663 milhões de euros por ano. Mas esta é apenas a ponta do 'iceberg', já que há outros custos suportados quase exclusivamente pelas empresas que, em regra, não são contabilizados e que em Portugal atingem os 867 milhões de euros por ano.
Em causa estão as despesas com a formação do trabalhador que vai substituir o sinistrado, eventuais reparações dos equipamentos ou a redução da produtividade por parte dos outros trabalhadores, que "ficam chocados com o acidente", ou ainda a recuperação do trabalhador que tem determinada doença profissional.Estes montantes, alerta Luís Lopes, apenas dizem respeito aos acidentes e às doenças profissionais notificados à Administração do Trabalho e à Segurança Social. "Se nos acidentes existe notificação obrigatória à ACT, nas doenças profissionais existe uma enorme taxa de sub-notificações", ressalva, alertando que os valores em causa são mais elevados. "Todos os estudos internacionais demonstram que os custos com os acidentes de trabalho são um verdadeiro 'iceberg': a dimensão do que está submerso é cinco ou seis vezes superior à parte que está visível", afirma o responsável pela área da segurança e saúde no trabalho da ACT.(imprensa)
NOTA: Normalmente os custos dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais são de 4% do PIB.Assim parece-nos que os números apontados pecam por defeito.O problema é que não existem estudos sérios sobre esta questão em Portugal!! O não investimento nestes estudos é uma questão de alto significado político.Convém que ecertas realidades estejam mais ou menos escondidas!
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