quarta-feira, 16 de outubro de 2013

TRABALHO CLANDESTINO!


A existência em Portugal de trabalho clandestino não é novidade para ninguém, embora seja difícil quantificar com rigor esta realidade económica e social. O peso deste género de trabalho deve ser grande, penalizando as finanças e a segurança social, sendo, a prazo, uma armadilha para os trabalhadores! Com a crise o trabalho não declarado, vulgarmente chamado clandestino tem crescido substancialmente em Portugal. Um dos sinais é, sem dúvida, os resultados das ações inspetivas realizadas pela ACT em diversos locais do país e em vários setores económicos, com destaque para a agricultura, construção e pescas. Algumas destas ações têm sido referidas neste blogue. Pelas tomadas de posição pública desta Autoridade inspetiva verifica-se que a deteção de trabalho não declarado é um dos seus alvos. Em geral estas ações inspetivas são realizadas em parceria com o SEF e com a Segurança Social. Uma grade parte das vítimas da exploração laboral através do trabalho clandestino são os imigrantes! Imigrantes a quem lhes dizem que vão ganhar o salário mínimo e , por vezes, lhe dão apenas metade desse montante! Quem ganha são os intermediários, verdadeiros «negreiros» e os patrões que beneficiam desse trabalho. Sabemos que esta realidade social vai aumentar e sabemos também que o orçamento para 2014 destas entidades inspetivas mal chega para salários, muito pouco para gasolina e renovação de frotas automóveis nem pensar! O que estas entidades vão fazer são ações meramente simbólicas, chamadas exemplares. Tudo se prepara assim para a consolidação de uma dinâmica de desvalorização salarial, precariedade e clandestinidade nas relações de trabalho! Esta dinâmica poderá estimular eventualmente um ou outro setor económico dando um« brilhozinho nos olhos» a alguns analistas económicos e dinheiro nos bolsos a alguns« empresários de sucesso»! Mas, este «ajustamento» também traz pobreza e sobre exploração dos trabalhadores! Este ajustamento, como agora se diz de forma doce, significa a nossa opção (deles) por um capitalismo periférico e de forte desigualdade social.

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