Basta ler algumas páginas do Acordo tripartido «compromisso para o crescimento e emprego» assinado entre o governo, as confederações patronais e a UGT para se perceber que se trata de mais um mau negócio para os trabalhadores em geral, com a infeliz chancela desta última central sindical!
Facilidade no despedimento, embaratecimento das indemnizações, mais horas de trabalho e flexibilidade nos horários, menos dinheiro para os trabalhadores e para os desempregados! Tudo isto a troco de nada. A UGT terá que explicar tudo muito bem aos seus sindicatos e respetivos trabalhadores.
É verdade que o Governo pode provisoriamente «cantar de galo» com este acordo que plasma a grande hipocrisia e «bluf» que é hoje o nosso diálogo social. Um acordo não para «inglês ver» mas para a «troica» ver! Um acordo que soa a falso até porque a parte mais forte e representativa, a CGTP, não assinou tal documento!
Ao materializar-se na base, nas empresas, este acordo fica em grande parte pelo caminho. O que vamos ter não será diálogo social mas imposição e, em muitos casos, repressão, através da utilização da arma do despedimento!
Segundo alguns analistas este acordo vai mais longe do que exige a «troica» internacional. É um acordo cujo objetivo último é submeter o trabalhador ás leis económicas e aos interesses imediatos das empresas. Intensificar a exploração dos trabalhadores, permitir a competitividade á custa de quem trabalha, aumentar a riqueza de alguns e a pobreza de muitos!
Este acordo é a subversão completa daquilo que a UE já se esqueceu há muito- a «harmonização no progresso» - segundo a qual as melhorias alcançadas em cada Estado-membro, superiores aos mínimos europeus, seriam respeitadas. Agora é ao contrário, materializa-se na harmonização por baixo! Este acordo não é apenas uma machadada no sistema laboral da Revolução do 25 de Abril de 1974! É também uma machadada no modelo social europeu e na nossa Constituição! VER ACORDO
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