quarta-feira, 6 de agosto de 2025

LEIS DO TRABALHO VÃO MUDAR- há que informar, esclarecer e lutar!

 

A AD mais uma vez faz uma rasteira a quem trabalha e aos sindicatos. Avança com revisões das leis do trabalho no verão, temendo a contestação das Organizações de Trabalhadores e para satisfação dos empresários que já demonstraram a sua adesão ao projeto radical do governo. Algumas associações empresariais esticam a corda e ainda querem mais flexibilidade nos despedimentos querendo aproveitar a oportunidade histórica de uma maioria a seu favor!

Como sempre a argumentação dos governos do PSD sustenta-se numa crença não comprovada. Diziam Cavaco Silva, Durão Barroso, Ferreira Leite e Passos Coelho, quando primeiro-ministros, que era necessário flexibilizar as leis do trabalho para atrair investimento estrangeiro e dar competitividade à economia portuguesa, fazendo-a crescer e subindo os salários. Pois é esta cantilena que ainda hoje usa o governo de Montenegro!

Embora não de forma tão clara e profunda os governos do Partido Socialista comungaram desta crença! Lembram-se da «flexisegurança» vendida em toda a União Europeia como o elixir mágico para conjugar uma maior flexibilidade com uma maior segurança! Cedo se abandonou este conceito ficando apenas a história da flexibilidade.

A crença dos governos do PSD e liberais é a de que só será possível subir salários e direitos com maior produtividade, mais crescimento. Não questionam estes velhos conceitos de crescimento como este fosse infinito e o planeta fosse inesgotável! Mas não temos visto que isso se aplique, por exemplo, no turismo onde a produtividade tem sido alta e os salários continuam muito baixos. Quem ganha?

E na agricultura? Imigrantes trabalham no duro para ganharem uma miséria frequentemente explorados por intermediários e patrões. Qual a sugestão da CAP a organização dos grandes agricultores? Trabalhar mais horas! Por acaso falam em reorganizar horários, tomando medidas para evitar as horas de calor no Verão que recentemente vitimaram trabalhadores em Espanha e em França. Por acaso pedem mais intervenção da ACT para penalizar o trabalho clandestino e as habitações sem condições? Quem ganha com esta situação?

E porque não se fala na subida dos acidentes de trabalho e nas doenças profissionais nos últimos anos? O próprio Estado não cumpre a lei da prevenção e segurança no trabalho (102/2009) em vários ministérios e até nas Forças de Segurança. A ministra do trabalho acenou com um acordo sobre esta matéria! Acenou, mas não tem prioridade bem entendido! Morrer no trabalho não passa de «danos colaterais» neste combate pela competitividade e pelos lucros.

Esta revisão das leis do trabalho pelo governo AD tem subjacente uma estratégia governamental que assenta em crenças não comprovadas e visa mais uma vez diminuir os custos do trabalho para que mais dinheiro fique nos bolsos dos patrões. Para tal objetivo vai ainda alterar as normas da negociação coletiva, da greve, dos contratos e dos horários! Para compensar vai baixar um pouco o IRS do trabalho, à custa do Estado! Esta legislação do trabalho vai infernizar ainda mais a vida de quem trabalha!

O caminho vai ser informar e esclarecer os trabalhadores para nos mobilizarmos para uma contestação generalizada!

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