Estamos a passar tempos conturbados sob ponto de vista geopolítico e internamente em cada
país!Parece que estamos a assistir e a participar num grande terramoto mundial em que ocorrem cenas de um dia para o outro deixando os povos e instituições confusas, perplexas e a maioria dos comentadores a terem que mudar a tecla!
Perante esta situação é muito importante que as organizações
de trabalhadores possam refletir sobre a situação do mundo e o seu papel neste
momento, Afinal. o que estamos a ver passar perante os nossos olhos?
Crescimento da extrema direita em vários países por um lado
e ,por outro,a afirmação de um autoritarismo sem regulação económica, a lei do
mais forte nas relações internacionais e o negócio e o dinheiro como únicos
valores de referência. Embora seja necessário mais algum tempo para se
consolidarem avaliações, tudo indica que existe uma grande aliança competitiva
entre os oligarcas russos, americanos e os dirigentes chineses. A burocracia da EU
e os seus líderes políticos andam confusos com o papel secundário que lhes
destinam. Os empresários europeus e seus gestores são os primeiros a
adaptarem-se e há muito que não acreditam nos valores da EU, nomeadamente do
chamado «diálogo social» .Inclinam-se para a desregulação e estão a lançar a
«Europa Social» para a vala da história!
Nesta aliança dos negócios e de multimilionários das
tecnologias ,das armas e das máfias não existe lugar para a democracia, para as
regras de direito nacional e internacional; não existe lugar para as
organizações de trabalhadores autónomas, nem para os direitos laborais
fundamentais, como a organização e ação sindical, negociação coletiva e
segurança e saúde no trabalho. O despedimento arbitrário será a regra e o
direito do trabalho será enviado para as urtigas!O empresário, em particular o
grande magnata, será o que dita a lei na empresa. No Estado mandarão os Musks tal como na América!
As convenções da OIT, e até as encíclicas sociais da Igreja
Católica, são considerados textos esquerdistas por esta corja!
Este será o cenário do futuro se não arrepiarmos caminho e juntarmos todas as nossas forças para uma luta que já está em curso e que se vai acentuar. Calem-se as nossas pequenas divergências e façamos das tripas coração, construindo uma verdadeira unidade entre as forças políticas, sindicais e sociais que não aceitam uma sociedade em que impera ainda mais forte a lei do mais forte, dos grandes e pequenos tiranos, onde o« trumpismo» se expande como uma praga, onde os venturas em nome da luta contra a corrupção e dos valores nacionais pretendem limpar um Portugal livre, impor uma sociedade de perseguição, discriminatória e injusta.
Temos que dar força às nossas
organizações sindicais, ao associativismo e a movimentos que lutam por causas
como o direito à habitação, pelo planeta contra o extrativismo, destruidor dos
recursos e das comunidades, pela liberdade de organização e ação sindical em todos
os locais de trabalho físicos e virtuais. Temos que lutar por uma ética de
verdade, transparência e justiça!