O trabalho em call centers tem sido
apontado como uma das atividades mais mal pagas e exercida
em piores condições de
segurança, saúde e bem estar! Instalações e locais de trabalho mal concebidos,
e sem higiene, carga física e psíquica que levam à depressão e ao desgaste
progressivo e, por vezes, irreversível da saúde.
Segundo informações, nomeadamente do
Sindicato dos Trabalhadores dos Call Centers, são mais de 50 mil pessoas a
trabalharem nestas unidades, em geral exploradas por grandes empresas de
telecomunicações! Os relatos que nos fazem alguns trabalhadores sobre a sua
condição são arrepiantes! Vários estudos académicos mostram que este trabalho e
os seus operadores assemelham-se em alguns aspetos às fábricas da primeira fase
da industrialização! Acrescente-se que a maioria dos operadores são jovens e
frequentemente licenciados!
Perante esta situação estranha-se o
silêncio que paira sobre as condições de trabalho nestas unidades. Perguntam
muitas vezes estes trabalhadores porque é que a ACT intervém raramente nestes
locais de trabalho, apesar dos relatos e reportagens dos «média» sobre as
condições de trabalho nos call centers.
De facto este setor, em crescimento no
nosso País, exigiria uma maior vigilância da inspeção do trabalho portuguesa! A
promoção do emprego não pode justificar condições de trabalho destruidoras das
pessoas , com salários de não
sobrevivência!
Todavia, o maior repto é feito ao
movimento sindical e às diversas organizações de trabalhadores. A melhoria das condições de segurança e saúde e o exercício
do trabalho com dignidade foi sempre historicamente um problema dos
trabalhadores! A defesa do pão e da dignidade e, de forma mais ampla, a emancipação
é obra dos próprios trabalhadores!
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