A GREVE NACIONAL de 0 1 de Outubro próximo convocada pela CGTP deveria ser Geral como resposta global ao que o Governo mudou na legislação do trabalho do sector privado e particularmente no sector público...O quadro de emprego no privado e no público saído da Revolução de Abril está quase irreconhecível, em particular no dia a dia dos locais de trabalho!Os remédios (fármacos) para as depressões e ansiedade tiveram um aumento espectacular em Portugal.O stress e desmotivação é visível na maioria dos trabalhadores portugueses.
Porém, dizem alguns, embora existam razões suficientes para uma Greve Geral não existem condições políticas e sociais e de força dos movimentos de trabalhadores para que a Greve fosse um sucesso inquestionável!E porquê?
Então numa altura em que se mostra a que ponto as pessoas foram enganadas e roubadas pelos grandes grupos financeiros, numa altura de carestia da energia e dos alimentos, de salários estagnados e condições de trabalho em agravamento, não teremos condições?Porquê?
1.Porque uma fracção importante dos trabalhadores ou não estão organizados, são precários, ou já não acreditam que a Greve seja solução para resolver os problemas;
2. Porque outra fracção de trabalhadores considera que os sindicatos submetem as lutas ás orientações do partido A ou B
3.Porque outra fracção considera que o Partido Socialista faz o que pode e ainda não é a direita;
4.Porque a cultura tradicional operária de solidariedade e de luta foi fragilizada pelo sistema e a cultura do consumo eleita como suprema liberdade do capitalismo;
5.Porque perante a crise do sistema as esquerdas ou gerem o mesmo ou contentam-se com mais 2% ou 3% no rank eleitoral!É pouco, muito pouco!
Para quando uma alternativa mobilizadora e popular?Só o movimento sindical não será suficiente para mudar a nossa vida e o nosso País!!
1 comentário:
Caro Brandão, parece-me ler nas entrelinhas um misto de indignação e desalento, quando avanças com possíveis explicações para o desânimo dos portugueses (trabalhadores) e a sua fraca mobilização para a defesa dos seus interesses, nomeadamente a adesão à greve.
Estás naturalmente atento e conhecedor destas questões, que aliás não são novas. Desde a década de 80 que as cedências às pressões e interesses políticos a que as organizações sindicais se entregaram que, sistemática e inexoravelmente as adesões se vão tornando menores.
Chega a ser ridículo que ao discutir-se níveis de adesão se passem de uns escassos 12% para uns fantásticos 75% quando deixamos o lado dos sindicatos e ouvimos representantes do governo. Claro que nunca seriam coincidentes, mas caramba, tamanha discrepância! Mentirão ambas as facções, onde fica a credibilidade do processo?
Para quando uma postura séria das centrais e não desbaratarem cartas importantes com acções sectoriais e politizadas para que não se brincasse mais com a vontade dos trabalhadores e levassem a sério os seus movimentos e manifestações de descontentamento?
Com todo o respeito e admiração que tenho pelos sindicalistas e trabalhadores dos sindicatos, ouso perguntar: Pelas greves em que participam, quanto perdem?
Numa altura em que para a maioria dos trabalhadores, os cêntimos têm de ser contados, deveria haver uma especial preocupação em fazer jornadas de luta verdadeiramente eficazes! O cerco financeiro é atroz e tenderá a ficar pior nos próximos tempos, quem poderá participar com regularidade em acções de protesto?
A maioria dos trabalhadores, mesmo os que são sindicalizados, estarão certamente disponíveis para encetar acções de protesto mas só quando houverem acções concertadas e que por isso, eficazes!
Um abraço deste crente que também continua à espera da solução milagrosa para as reivindicações dos trabalhadores!
Mas enquanto o milagre não acontece, sejam coerentes!
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