quinta-feira, 16 de abril de 2015

ESCUTAR A CIDADE-Há que valorizar o trabalho e o trabalhador!

Urgente uma renovada reflexão antropológica e teológica sobre o trabalho numa sociedade e em particular numa economia que em nome da competitividade e do deus «mercado» desvaloriza económica e socialmente o trabalho. Hoje temos ministério da economia e não do trabalho, fala-se em «colaboradores» e não em trabalhadores. O trabalho é um «fator», como a eletricidade ou a gasolina. Os trabalhadores são frequentemente vistos como um problema e não como a solução pelas novas formas de gestão! Por vezes acontece que um despedimento coletivo faz subir as ações na bolsa. Alguns gestores são extremamente criativos a encontrarem formas de redução de custos, em geral relacionados com o trabalho!
Mas o maior desafio é o futuro do trabalho numa sociedade que para produzir riqueza precisa de menos gente a trabalhar. É aceitável uma sociedade em que apenas se garante trabalho a uma parte reduzida da população ativa? Será que se perspetiva uma sociedade fraturada entre os que têm trabalho e, portanto rendimento, e os que nunca conseguem emprego? Entre os que recebem bons salários e emprego mais ou menos estável, uma minoria, e os que vivem para sempre na precariedade, no trabalho atípico, no biscato, na economia informal ou seja a maioria?

Ora o trabalho, mesmo no contexto de trabalho dependente, assalariado, com as respetivas limitações legais, é uma atividade humana, possibilidade de sobrevivência com dignidade e realização pessoal. Como podemos conviver com uma realidade em que uma minoria tem bons empregos e a maioria vive sem trabalho remunerado, sem estabilidade, sem condições de dignidade O trabalhador não é uma peça descartável, é ator e criador da riqueza. Uma economia humana não poderá marginalizar tanta gente do trabalho. A maioria cairá na pobreza e na falta de dignidade! Urge novo aprofundamento da Igreja nesta matéria...(preocupações a apresentar no Forum Lisboa).VER PORTAL «ESCUTAR A CIDADE

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