terça-feira, 24 de março de 2015

O ÓDIO À ALEMANHA!


Em Portugal, mais à esquerda do que á direita, tem crescido o sentimento anti alemão. São as piadas, os mails, artigos de opinião, vídeos, enfim, circula um certo sentimento de indignação pelo protagonismo e defesa das políticas de austeridade na Europa por parte da Alemanha, em particular por Angela Merkel e, agora mais recentemente, por causa da Grécia!
Este sentimento tem razões objetivas. Efetivamente, segundo alguns analistas, a Alemanha está a ganhar com a crise das dívidas soberanas, ou seja, este país e os povos nórdicos em geral estariam a beneficiar do euro. Simultaneamente as economias periféricas como Portugal e a Grécia estariam a caminhar para a pobreza e para o desastre se as políticas de austeridade se mantiverem.
Mesmo aceitando como certa esta análise teremos que cuidar de um aspeto muito importante que é não olhar para a Alemanha como um inimigo, nomeadamente no que respeita aos trabalhadores alemães e suas organizações! Existem setores do povo alemão que não concordam com as políticas do seu governo. Por outro lado, a principal divisão e contradição na Europa e no mundo não é entre países. Seja ente a Alemanha versus Grécia, seja entre o norte e sul da Europa! Os grandes beneficiários da crise são determinados setores do capital financeiro e multinacional, os gestores pagos a peso de ouro da Alemanha, dos USA de Portugal e outros países!

Embora saibamos que o nacionalismo está hoje muito vivo, e até agressivo em alguns aspetos, inclusive no seio dos sindicatos, não podemos alinhar com o ódio a um povo olhado em bloco, seja que povo for! Os trabalhadores europeus não se podem deixar manipular! Temos que manter e desenvolver o espírito de solidariedade e coesão. O nacionalismo pode levar á cegueira e ao ódio levando-nos a lutar contra outros dominados em vez de se lutar contra os dominadores! É obrigação das organizações de trabalhadores serem lúcidas neste aspeto e fazerem a pedagogia da solidariedade e nãos e enganarem no adversário!

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