Apesar dos avanços tecnológcios e de uma informação mais abundante a actual população activa
europeia continua a ser muito afectada pelas lesões músculo-esqueléticas.Milhões de trabalhadores europeus sofrem destas doenças.A intensificação e sobreexploração dos trabalhadores leva ao adoecimento crónico.Esta realidade comporta grande sofrimento para os trabalhadores, limitações para as suas famílias e pesadas perdas para a segurança social e saúde públicas.
No
actual contexto de pandemia o importante é salvar o máximo de pessoas e
infelizmente outros problemas de saúde são deixados de lado tanto pelos doentes
como pelos serviços de saúde.Mas as doenças músculo-esqueleticas não matam de
imediato mas vão matando aos poucos.Como diz o ditado popular «não mata mas
moe».
A
pandemia mete debaixo do tapete muitos outros problemas de saúde
Neste
contexto se compreende a Campanha Europeia da Agência para a Segurança e Saúde
no Trabalho a decorrer actualmente nos países europeus.Sindicatos e outras
organizações de trabalhadores de várias orientações com destaque para a CES/ETUI
e o EZA participam também nesta Campanha de informação e formação procurando
intensificar e alargar as ações de prevenção nos locais de trabalho.A situação
é de tal modo grave que há muito se reivindica uma legislação comunitária que
possa enquadrar a prevenção dos riscos que provocam estas lesões de origem
profissional.Os empresários europeus não querem medidas obrigatórias de
prevenção e falam em medidas voluntárias e boas práticas.Mas as chmadas «boas
práticas» são frequentemente meras ações de propaganda e não se inserem numa
estratégia organizada de avaliação de riscos.
Por
outro lado a pandemia tem as costas largas e também serve para esquecer e meter
problemas debaixo do tapete.Mas não podemos esquecer que as doenças por cancro profissional causam também milhares de
mortes todos os anos.
A origem destas lesões profissionais não está
apenas nos factores de risco tradicionais como o incorrecto trasporte e elevação de cargas ou nos postos de
trabalho mal desenhados e construidos, impróprios para neles se trabalhar
continuamente.Sabemos que muitas das lesões se devem á microelectrónica e aos
novos equipamentos informáticos da era
moderna ligados às recnologias de comunicação.
Trabalhar
sentado ou de pé horas seguidas , com intensificação e sobrecarga dos membros
superiores ,sem medidas preventivas e postos de trabalho não adequados pode
comportar riscos e lesões para todas a vida. Por outro lado, recentes estudos
fazem uma relação entre factores de risco psicossocial e lesões
músculo-esqueléticas.Ou seja, local de trabalho doente onde se cultiva o
stresse laboral , o assédio e a
violência mais propensão encontramos para as referidas lesões.
Implementar
medidas numa estratégia preventiva pensada
Por lei os empregadores são obrigados a
avaliar os riscos do trabalho e
implementar as medidas de prevenção e ainda a organizarem ou contratarem
serviços de segurança e saúde no trabalho.A maiora das lesões são enquadráveis
como doenças profissionais e como tal deveriam ser tratadas.Entre as medidas
preventivas podemos considerar algumas:
1.Avaliar
o riscos com a participação dos trabalhadores, médico do trabalho , ergonomista
ou técnico de Segurança e saúde no trabalho.
2.Elaborar
plano de prevenção e de promoção da segurança e saúde dos
trabalhadores.Encontrar soluções para prevenir os factores de risco nos locais
de trabalho ao nível dos postos e organização do trabalho, equipamentos de
trabalho, de proteção individual e colectiva.ações de informação e formação dos
trablhadores.
3-Avaliação.Rever
periodicamente a eficácia das medidas e reformular o que está menos bem ou
introduzir novas medidas.
4.Toda
esta ação deve ser protagonizada pelo serviço de segurança e saúde e
representantes dos trabalhadores, serviço que, por sua vez, deve reportar
directamente á administração/gestão.
A
nossa legislação bem como a Directiva Quadro
391/CEE estipula que o trabalho se deve adaptar ao homem.É um principio
muito bonito que na prática raramente acontece.A organização do trabalho na
economia capitalista obedece aos critérios de rentabilidade e de máximo
lucro.Toda a filosofia da flexibilização apregoada por várias instancias como
OCDE,FMI e Comissão Europeia tem por base a necessidade de adaptar o homem ao
trabalho e não o trabalho ao homem e mulher.E é na organização do trabalho que
encontramos muitos dos factores que colocam em risco a saúde dos trabalhadores!Mas
é também na organização do trabalho que os empregadores menos gostam que os
trabalhadores e seus representantes «metam a colher».
Sem comentários:
Enviar um comentário