Não podemos meter a cabeça na areia.Os sistemas democráticos estão ameaçados por movimentos de
natureza extremista que querem impor a sua ditadura e a sua verdade.Em Portugal essa corrente corporizada pelo Chega,pode, segundo as sondagens, ultrapassar os 10% de eleitores.Perante esta situação é importante que todos os que amam a liberdade possam debater a forma de combater a besta.Sabemos que as democracias são, em geral ,muito macias a combater os movimentos não democráticos e até fascistas.Sabemos que esses movimentos utilizam a liberdade para combater a liberdade.Assim, devem ser combatidos a vários níveis e com firmeza.Em primeiro lugar a sua legalização só deve ser possível se o seu programa e estatutos estiverem no quadro da Constituição.Por outro lado a sua actividade deve ser acompanhada para ver se é desenvolvida no quadro democrático.
No entanto, o principal combate á «besta
fascista», agora com novas roupagens,terá que se fazer de maneira a secar as
suas raízes ou causas profundas.Se tivermos 10% de eleitores que estão com
A.Ventura e o seu ideário é grave e teremos que analisar quais as razões desta
situação.
O regime democrático português , que tem uma
Constituição das mais avançadas da Europa, se nada fizer nos próximos dez
anos,aumentará certamente para o dobro a percentagem de eleitores que estão com
o ideário de A.Ventura, com ele ou com outro.Daí que seja necessário realizar
reformas importantes, nomeadamente:
1.Reforma do sistema político de modo a que o
povo se sinta mais bem representado.Mais do que num partido é importante que se
aposte e vote em pessoas concretas que se responabilizem directamente perante o
povo.O sistema partidário ficou longe do povo com o tempo, criando uma elite
partidária afastada das populações e autista.Os partidos, mais uns de que
outros, abriram as portas a carreiristas e oportunistas que trabalham no
partido para governar a sua vidinha.Os medíocres são demasiados na vida
partidária e política do País.O Estado perdeu qualidade técnica e política nas últimas
décadas em favorecimento da consultadoria privada e da cientela partidária.A
promiscuidade entre o privado e o público é causa de corrupção legalizada.
2.Reforma da justiça mostrando na prática que
o rico e poderoso também vai para a cadeia e não apenas o pobre e
desgraçado.Mostrar que a impunidade não compensa.Dar seguimento rápido aos
casos da justiça e desbloquear os tribunais, nomeadamente os do trabalho
carregados de milhares de processos.Medidas de combate á corrupção no Estado e
no privado.
3.Reforçar o sistema de proteção social,
nomeadamente o subsídio de desemprego,não deixando ninguém sem rendimento numa
situação de desemprego.Melhorar substancialmente as pensões mais baixas de
forma a que os mais idosos possam ter sempre uma reforma digna, nunca inferior
ao salário míimo.
4.Combater as situações de desemprego juvenil
e sem formação,os chamados «nem-nem».Investir forte no ensino profissional e no
apoio ao primeiro emprego.
Para além destas reforma o combate às ideias
da «besta» passa muito pela sociedade, ou seja pelo combate dos cidadãos.É
necessário fazer um combate de ideias, um combate cultural sobre o que
significa a ditadura para os cidadãos.Há que revitalizar a cultura pela
liberdade, em particular nos meios juvenis que nunca experimentaram uma
situação de ditadura.
A besta fascista combate-se particularmente
atacando as raízes do seu crescimento que são a crise económica e social, o
desemprego, a falta de justiça, o privilégio do rico e do político.O combate do
movimento sindical pela melhoria das condições de trabalho e de vida é um
combate central nesta luta contra a«besta
fascista»!
Sem comentários:
Enviar um comentário