domingo, 12 de janeiro de 2020

UNIDADE SINDICAL CRIADORA PARA UM TRABALHO DE QUALIDADE


A unidade sindical em Portugal tem uma longa história, tanto antes como depois da Revolução de Abril de 1974.Nas vitórias da unidade sindical e nas suas derrotas todas as correntes de pensamento e ação sindical estiveram envolvidas.Não é aqui o local para se fazer essa análise.Embora importante enquanto memória o passado serve para dele extrair importantes ensinamentos e manter viva a chama da luta pela emancipação.
Quanto ao presente é mais fácil falar e gritar pela unidade do que praticá-la desde os locais de trabalho até ao topo das confederações.Todavia, é no local de trabalho que a unidade se constrói e se consolida.São os trabalhadores e os sindicalistas na base que, perante os problemas e lutas concretas empurram as restantes estruturas intermédias e de topo para a necessária unidade.Os saltos qualitativos na melhoria das condições de trabalho e na própria qualidade do trabalho e da qualidade de vida de quem trabalha dependem da capacidade em construir a unidade.
No entanto, se na base persiste o sectarismo e o afunilamento, proclamando a unidade apenas com os trabalhadores  que pensam como nós ou como o nosso partido nunca se alcançará uma unidade integradora capaz de mobilizar a maioria ou totalidade dos trabalhadores.
Pese a concorrência que também existe no «mercado» sindical, aliás fomentada pelos vários poderes,a unidade nos locais de trabalho deve ser promovida com todos os trabalhadores disponíveis para defender os seus direitos, cativando através do debate os trabalhadores mais hesitantes e menos informados.A paciência é uma arma fundamental neste trabalho pedagógico de persuasão.
O sindicato tem as suas bases fundamentais nos locais de trabalho.Os sócios e os delegados sindicais são a principal força de um sindicato combativo.A direção de um sindicato foi eleita pelos sócios para cumprir o seu programa de ação que deve ser debatido e aprovado por aqueles nos momentos indicados pelos estatutos.
Assim,e ao contrário do que alguns trabalhadores pensam,as direcções sindicais e os funcionários não são o sindicato nem são os «donos» do mesmo.Fazem parte do sindicato e respondem perante as assembleias de delegados ou de sócios.
Apenas com uma forte, criadora e imaginativa unidade sindical se pode responder não apenas aos desafios complexos das mudanças nas relações laborais, com destaque para a precariedade, mas também a desafios sindicais como o combate ao chamado«divisionismo» promovido pelos negócios,à diminuição da sindicalização em alguns sectores e à menor eficácia da ação sindical noutros.
Nesta  linha um dos maiores desafios do sindicalismo para a próxima década será a capacidade de saber gerar unidade com os movimentos sociais que lutam por causas que visam a melhoria das condições de trabalho e de vida dos trabalhadores.


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