A
unidade sindical em Portugal tem uma longa história, tanto antes como depois da
Revolução de Abril de 1974.Nas vitórias da unidade sindical e nas suas derrotas
todas as correntes de pensamento e ação sindical estiveram envolvidas.Não é
aqui o local para se fazer essa análise.Embora importante enquanto memória o
passado serve para dele extrair importantes ensinamentos e manter viva a chama
da luta pela emancipação.
Quanto
ao presente é mais fácil falar e gritar pela unidade do que praticá-la desde os
locais de trabalho até ao topo das confederações.Todavia, é no local de
trabalho que a unidade se constrói e se consolida.São os trabalhadores e os
sindicalistas na base que, perante os problemas e lutas concretas empurram as
restantes estruturas intermédias e de topo para a necessária unidade.Os saltos qualitativos na melhoria das condições de trabalho e na própria qualidade do trabalho e da qualidade de vida de quem trabalha dependem da capacidade em construir a unidade.
No
entanto, se na base persiste o sectarismo e o afunilamento, proclamando a
unidade apenas com os trabalhadores que
pensam como nós ou como o nosso partido nunca se alcançará uma unidade
integradora capaz de mobilizar a maioria ou totalidade dos trabalhadores.
Pese
a concorrência que também existe no «mercado» sindical, aliás fomentada pelos
vários poderes,a unidade nos locais de trabalho deve ser promovida com todos os
trabalhadores disponíveis para defender os seus direitos, cativando através do
debate os trabalhadores mais hesitantes e menos informados.A paciência é uma
arma fundamental neste trabalho pedagógico de persuasão.
O
sindicato tem as suas bases fundamentais nos locais de trabalho.Os sócios e os
delegados sindicais são a principal força de um sindicato combativo.A direção
de um sindicato foi eleita pelos sócios para cumprir o seu programa de ação que
deve ser debatido e aprovado por aqueles nos momentos indicados pelos
estatutos.
Assim,e
ao contrário do que alguns trabalhadores pensam,as direcções sindicais e os
funcionários não são o sindicato nem são os «donos» do mesmo.Fazem parte do
sindicato e respondem perante as assembleias de delegados ou de sócios.
Apenas
com uma forte, criadora e imaginativa unidade sindical se pode responder não
apenas aos desafios complexos das mudanças nas relações laborais, com destaque
para a precariedade, mas também a desafios sindicais como o combate ao chamado«divisionismo»
promovido pelos negócios,à diminuição da sindicalização em alguns sectores e à
menor eficácia da ação sindical noutros.
Nesta linha um dos maiores desafios do sindicalismo
para a próxima década será a capacidade de saber gerar unidade com os
movimentos sociais que lutam por causas que visam a melhoria das condições de
trabalho e de vida dos trabalhadores.
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