Decorre atualmente em frança um debate
sobre o poder e a representação dos trabalhadores nas empresas no momento em
que os «comités de empresa» fazem 70 anos de existência naquele país! Os
comités de empresa são o equivalente ás nossas comissões de trabalhadores que
nasceram após a Revolução de Abril!

O debate em França procura fazer um
balanço dessa representação após terem ocorrido negociações pouco profícuas
entre sindicatos e patronato sobre a matéria. É óbvio que o patronato sente os
ventos a favor e está pouco recetivo a dar de mão beijada poder às organizações
de trabalhadores. O poder dos trabalhadores será sempre o resultado de uma
relação de forças mesmo que num quadro de diálogo social.
Creio que este debate também é pertinente
em Portugal e em todo o mundo. As empresas não podem ser apenas propriedade dos
acionistas. Hoje teremos que evoluir para um modelo empresarial e social que
tenha em conta pelo menos quatro atores: o patrão/acionistas, os trabalhadores,
os consumidores e os habitantes do território ou comunidade onde estão
instaladas as empresas, em particular nos casos em que estas têm impacto ambiental.
Cada um destes atores deve estar
organizado para defender os respetivos interesses e participar ao seu nível na
vida da empresa. Com um sistema destes evitaríamos muitos desastres ecológicos
e sociais e poderíamos falar numa verdadeira cidadania na empresa.
No debate a realizar deveríamos também
fazer um balanço da ação das comissões de trabalhadores, da sua relação com os
sindicatos e outras organizações. Existem comissões de trabalhadores verdadeiramente
ativas e outras moribundas! Existem algumas que são verdadeiramente autónomas e
outras que fazem o que o patrão manda e, quando muito, fazem bonitos pareceres!
Seria interessante um estudo sobre esta matéria, será que existe? Não conheço!
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