Já existe um esboço de projecto de programa de acção para o XII Congresso da CGTP.Numa primeira leitura da versão 2 saltam-me diversas ideias e considerações com uma sensação de já visto....
1ª Será que hoje se justifica um Programa de Acção de cinquenta ou sessenta páginas?Não seria melhor fazer um documento de 20 páginas no máximo onde fosse clara a estratégia para os próximos anos, bem definidos os combates , os valores e objectivos do movimento sindical?
Um documento tão extenso e complexo não é de fácil leitura, nem de fácil redacção e debate.
2ªEmbora o texto mostre que são vários os redactores nota-se em alguns capítulos uma linguagem estereotipada e, em alguns casos, uma colagem demasiado óbvia aos conceitos e análise do Partido Comunista.
3ªEsta versão é muito pobre em algumas temáticas que hoje são particularmente actuais e importantes para os trabalhadores.É o caso por exemplo das políticas de saúde e segurança dos trabalhadores;políticas de prevenção dos riscos profissionais, em particular toda a temática dos riscos psicossociais que o documento nem refere.Apenas existe um desenvolvimento da reparação dos acidentes e brevíssimas referencias à segurança e saúde.É muito pouco para uma Central que desenvolveu iniciativas interessantes nestas matérias .
4ªOutra questão pouco abordada e que merece maior aprofundamento é, sem dúvida, a questão da União Europeia e da organização sindical respectiva a Confederação Europeia de Sindicatos (CES).A análise desta questão segue muito de perto(demasiado) a análise do Partido Comunista.No seio das correntes sindicais da CGTP há pontos de vista diversos sobre o futuro da UE e as saídas para a crise actual.Há muita análise sobre o que é a UE mas depois não se avança quase nada sobre qual é a UE desejada pela CGTP para além de uma Europa de paz e desenvolvimento e de harmonização no progresso que, sendo justas tais perspectivas ,ainda fica tudo muito no vago!
Uma Central como a CGTP tem aqui que fazer um esforço muito maior sobre a natureza contraditória da União Europeia, das forças em presença, dos seus interesses e objectivos, da sua possível e desejável arquitectura política e social.
Relativamente á questão da CES coloca-se a mesma questão.Qual o balanço que a Central faz da sua participação nesta Confederação, que políticas defende ali e que empenhamento tem sido o seu para que a CES seja mais combativa?
Enfim o documento está em construção, tem temas já com algum aprofundamento e actualização.No entanto é necessário um esforço de não dizer o óbvio, o já dito por outros, as colagens/repetições de outros textos.Um documento para a acção deve ser mobilizador, inovador,aglutinador e consensual na estratégia.
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