sábado, 5 de fevereiro de 2011

REVOLTAS POPULARES NO NORTE DE ÁFRICA!

O norte de África tem estado a a ser varrido por revoltas populares que têm um carácter libertador na medida em que todas elas visam destituir ditadores e respectivas famílias do poder.Um poder exercido quase sempre de forma brutal na defesa de interesses instalados.

Contudo, estas ditaduras não defendiam apenas interesses das família poderosas locais mas também interesses de multinacionais ocidentais e de empresas francesas, americanas e até portuguesas!Durante décadas pouca gente teve pena dos trabalhadores árabes locais,os que tinham emprego claro, com excepção de algum modo do movimento sindical internacional ou europeu!

Mesmo hoje vemos alguns estados, inclusive da UE, a vestirem a linguagem da democracia e a exigirem, imagine-se a exigirem, que tudo se faça com celeridade, pois claro, os negócios não podem parar!Já imaginaram um governante do Egipto ou da África do Sul a dizer que as eleições na América ou na Alemanha estão a ser feitas muito lentamente ou que só existem dois partidos, ou que a abstenção é muito grande?

Quando a revolta popular parece muito forte e com uma dinâmica imparável não falta quem queira guiar o carro que leva ao poder, pois claro!

O que se passa no norte de África já está a influenciar as nossas vidas.A bacia do Mediterrâneo é para a Europa uma questão estratégica.O sucesso das revoltas populares é muito importante.Mas o que será o sucesso destas revoltas?
Será sucesso o controlo do poder por um grupo integrista e religioso que se instale com novos privilégios e destruindo os «infiéis»?

Será sucesso o controlo do poder por um grupo militar dirigido de fora pelos interesses multinacionais?

A situação não é fácil, as oposições são, tudo indica, frágeis....como poderia ser de outra maneira?Mas caberá àqueles povos a condução dos próprios destinos.Aqui podem ter papel determinante as organizações de trabalhadores,em particular aquelas que não eram bem aceites pelos antigos senhores!Na perspectiva de que não venham a servir novos senhores!

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