
Em Novembro de 1918 os trabalhadores portugueses realizaram uma das maiores greves de todos os tempos.O contexto político era caracterizado por uma situação muito difícil para as classes populares porque o País estava em guerra e a carestia de vida era enorme, com aumentos de 30 a 90% de produtos essenciais.Havia, no entanto perspectivas de acabar a guerra e estava no início a Revolução Russa que, na altura, era uma grande esperança para o movimento internacional dos trabalhadores.
Entretanto, uma parte significativa dos sindicatos , onde os anarquistas tinham importante influencia,decidiram avançar na preparação da GREVE GERAL que para eles teria um carácter de insurreição e acabaria com o Governo autoritário e fascisante de Sidónio Pais.
A Greve embora alastrasse a todo o País industrial foi derrotada pelo exército e pela GNR.
Segundo António José Telo in "O Sidonismo e o Movimento Operário Português"-A resposta do Governo teve a brutalidade que já se esperava:ao alvorecer do dia 18 são feitas rusgas gigantescas em Lisboa e na margem sul, realizando-se mais de 300 prisões preventivas especialmente entre os comités de greve conhecidos graças à acção da Polícia Preventiva enquanto as estações são ocupadas militarmente ", as ruas são densamente patrulhadas por forças aramadas de carabina e no Governo Civil de Lisboa se concentram 1000 polícias armados....os sindicatos são quase todos revistados e os dirigentes presos."
A greve dura até ao dia 20 e 21 com grande repressão e autodefesa operária através de bombas artesanais e algumas armas.
No dia 20 realiza-se uma parada militar de intimidação na Av. da Liberdade com milhares de soldados(maioria camponeses analfabetos) e material pesado e onde aparece Sidónio com mais de 200 oficiais.
Entretanto os Jornais gritavam que era preciso esmagar até ao fim a greve porque caso contrário teríamos os "sovietes"!!
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