Embora possa parecer um paradoxo os tempos da «geringonça» e da maioria absoluta do Partido socialista foram de dmininuição da influência das organizações sindicais históricas como as da CGTP e UGT e a emergência e revigoramento de novas organizações como o STOP ou os chamados movimentos e plataformas inorgânicas ligadas nomeadamente ao setor da saúde e forças de segurança.
O aparecimento em
cena destes novos movimentos, em geral mais radicais e vistos com alguma
desconfiança pelos sindicatos históricos,trouxe alguns desafios não apenas à
sociedade e ao Estado mas também ao próprio sindicalismo que se estava
eclipsando.
Com as suas
táticas tradicionais de negociação e de luta, alguns deles muito partidarizados
e rotineiros,os sindicatos da CGTP e UGT quase se eclipsaram durante a pandemia
do covide 19.Em abono da verdade foi a CGTP a única organização que manteve
alguma afirmação e visibilidade contra ventos e marés!Basta lembrar os
estranhos e comoventes 1º de Maio de 2020/2021 na Alameda, em
Lisboa....Todavia,os sindicatos da UGT eclipsaram-se pois a sua existência
alicerça-se fundamentalmente na negociação.
Ora,os sinais dos
últimos tempos mostrou-nos que a não resolução dos problemas de vários setores
profissionais que sofrem com a erosão do Estado social pode levar à
radicalização das lutas .Seria grave que nomeadamente a extrema direita
aproveitasse esta conjuntura para penetrar as organizações sindicais históricas
ou as esvaziasse com a criação de movimentos paralelos comandados do exterior,
com claros objectivos políticos de lançar o caos.
O novo quadro
político e parlamentar exige que o Movimento Sindical português na sua
diversidade e unido se prepare para novas lutas contra a exploração dos
trabalhadores que se irá acentuar nos próximos tempos.Lutas que exigirão uma
avaliação politico-sindical e estratégia autónoma das organizações sindicais
para conseguirem objectivos prioritários como:
-Alargamento da
influência das organizações sindicais de classe nos locais de trabalho e nos
trabalhadores à distância, combatendo o sectarismo e partidarismo,promovendo a
unidade sindical alargada e plural e reforçando a sindicalização.
-Alargar a
influência da organização sindical na sociedade portuguesa através de uma
reforçada participação institucional a todos os níveis,procurando obter também
aí melhores condições de vida e de trabalho para os trabalhadores.
O objetivo do
capital e em geral dos governos é isolar o Movimento sindical promovendo
políticas mais ou menos repressivas que tornem os sindicatos inúteis ou
invisíveis-Neste sentido a comunicação interna e para o exterior dos sindicatos
terá que operar uma verdadeira revolução pois ela é estratégica para qualquer
organização.Dos «media», nas mãos dos privados,pouco se pode esperar.Ou melhor,
espera-se indiferença ou hostilidade!
A luta contra o
eclipse do sindicalismo, em particular na sociedade, é hoje uma luta de todos os democratas!As novas
gerações irão descobrir que a auto-defesa, a estratégia individual não são suficientes e voltarão a valorizar a luta coletiva e solidária.Com estas
organizações ou com outras!Mas, até hoje ainda não apareceu qualquer
organização ou movimento que possa eclipsar um movimento sindical estruturado,experiente
e com uma fantástica e secular história!
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