sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

COM ESTA BARAFUNDA AS DIREITAS QUEREM DERRUBAR O GOVERNO ANTES DO TEMPO...PORQUÊ?

 

Os últimos acontecimentos ocorridos no governo de maioria socialista deixaram-nos verdadeiramente


estupefactos e preocupados.Os casos sucessivos de demissão devidos a compadrios políticos, eventual corrupção e problemas com a justiça serão, porventura, a ponta do icebergue do que se passa nos últimos tempos, não apenas no governo, mas também no Estado, nas empresas públicas e nas autarquias.O governo parece efectivamente sem norte, acomodado e sem dinâmica.

As direitas políticas PSD,IL,Chega, agarraram com todas as mãos estes casos para desgastarem o governo socialista que elas julgavam durar por quatro anos, gerindo a pandemia , as causas da guerra e a famosa «bazuca».

As esquerdas ,BE e PCP, sentem-se por sua vez numa situação incómoda porque, embora acusando o governo de se empenhar em políticas de direita,não querem facilitar a onda direitista que claramente cavalga o momento mau do governo.

A direita está em recomposição?

Mas todos estes fenómenos que são o gaudio da comunicação social,que nestes dias teve mais do que Boas Festas,não são mais do que espuma de um rio subterrâneo que atravessa a nossa sociedade.

E que rio é esse?Trata-se do que ocorre nos grupos económicos portugueses com ligações às multinacionais e com expressão nos grandes partidos do governo ,PSD e PS, e alguns mais á direita, como o a Iniciativa Liberal,e Chega.Efectivamente a maioria dos interesses económicos portugueses apostam no Partido Socialista e no Partido Social Democrata.Todavia, hoje, existem sectores da burguesia nacional que estão a mudar  a sua aposta política.Daí que alguns polítólogos digam a que a direita está em recomposição.Alguns sectores dos interesses económicos apostam hoje menos no PSD e PS e querem um governo mais á direita com a integração numa aliança da direita incluindo a Iniciativa Liberal e o Chega.

Serão sectores importantes económicos que não foram abrangidos pelos dinheiros da «bazuca», sectores descontentes com as lideranças e linha política do PSD, descontentes com os sucessivos aumentos do salário mínimo promovidos pelo PS nos últimos anos.

Objectivo é derrubar o governo socialista

Estas direitas embora pretendam o mesmo, ou seja, o derrube da maioria socialista e eleições antecipadas, não estão de acordo quanto ao ritmo da luta e ao tempo desse derrube.Existem sectores que estão apressados,porque acreditam que quanto mais barafunda existir melhor para uma estratégia de destruição do regime.Acreditam que a situação lhes é favorável em todos os cenários.Acreditam que a maioria eleitoral do PS se pulverizaria em novas eleições.Cheiram o poder para breve e sonham já com o ouro!Existem outros sectores que consideram não ser ainda o momento de derrubar o governo,talvez em 2024,quando estiver claro por sondagens que o PSD ganharia esses eleições.

Embora senhores da maioria dos órgãos de comunicação e com um representante ministerial no governo e com a cumplicidade de António Costa na área laboral os interesses económicos querem mais do Estado, mais apoios financeiros, mais liberalização das leis laborais.Julgam que uma coligação de direita seria neste momento oportuna porque é bom desembaraçar-se do Partido Socialista.

Alguns aspectos da chamada «Agenda do Trabalho Digno»,apesar de já terem sido limados pelo governo ainda não são do agrado da maioria do patronato económico e de algumas multinacionais.

O Partido Socialista continua a dar uma no cravo e outra na ferradura na área laboral.A sua benevolência para com os interesses económicos não lhes vai trazer mais votos.É um partido que deve fazer uma limpeza política do oportunismo que abunda no seu seio.A raiva surda que existe em muitos dos seus militantes pode acabar pela desistência, pelo abandono do trabalho cívico e político.O actual governo está a danificar  muito profundamente a história do Partido Socialista.

Ao ver a actuação da oposição da direita e dos órgãos de comunicação nesta crise política, interrogo-me se efectivamente já não existem sectores da direita que querem enterrar o actual regime constitucional.Por outro lado, os casos de corrupção que aparecem na classe política ligada ao poder são um sinal claro de degenerescência do regime.

 

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