O actual quadro de pandemia coloca novos
riscos ás condições de trabalho e de saúde dos
trabalhadores.Para além da perda
de rendimento, erosão da negociação colectiva e das dificuldades acrescidas dos sindicatos vamos ter o aproveitamento que
o mundo dos negócios faz da pandemia e da crise económica para acentuar a
exploração através de exigências como as que fez recentemente o patrão alemão
das indústrias metalomecanicas e metalúrgicas.Trabalhar mais horas e não pagar
o subsídio de Natal.
Claro que estas ideias aparecem a poucos dias
de uma fase de negociação colectiva em dezembro e quando já tinham sido
aprovadas as 28 horas semanais para o sector.No site do Sindicato IG Metall não
se faz referencia a estas exigências patronais.Fala-se sim do debate que se
inicia nas fábricas sobre as próximas negociações e onde as organizações de
trabalhadores têm uma palavra importante.
Mas quando os alemães falam outros se seguem
normalmente.O patronato europeu prepara, entretanto, a sua ofensiva no quadro
da pandemia e num momento de grandes constrangimentos da ação sindical europeia
e nacional.Os primeiros dados apontam para algo inaceitável.As grandes fortunas
aumentaram com a pandemia, ou seja, a riqueza acelera a sua concentração nas mãos
dos mais ricos.
Neste quadro torna-se preocupante a fractura
que já existe entre os trabalhadores europeus no que respeita á proteção da sua
saúde.O sindicato IG Metall dá conta desta situação ao referir que em muitas
fábricas existem trabalhadores que não aceitam as medidas de proteção
anti-covid19 e acreditam em boatos que começam a circular em profusão como a de
que a pandemia seria uma invenção dos judeus ou dos chineses para destruir a
economia.Este sentimento já se expressa nas ruas de algumas cidades europeias e
é grave que nas empresas cresça a ideia hostil à proteção da saúde.
Mais grave ainda pode ser esta ideia na medida
em que são os trabalhadores de alguns sectores como a saúde, agricultura,
limpeza e hotelaria que podem negligenciar a proteção pressionados pelos seus
patrões e, em especial, pela
precariedade e pobreza em que vivem.
Há indícios claros de que vamos ter que nos
mobilizar para o combate a novos riscos para os trabalhadores no quadro da
pandemia.Para além dos ataques aos rendimentos dos trabalhadores vamos ter os ataques
à sua saúde, nomeadamente com a desvalorização das medidas de combate e
promoção da segurança e saúde no trabalho onde a vacina irá por certo ter o seu
lugar.Mas também aqui certamente as opiniões se irão dividir entre os que são
pró e os que são contra.
Para esta situação os sindicalistas e os representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde vão ter que se preparar ao nível formativo e informativo.A desvalorização da saúde dos trabalhadores é principalmente prejudicial a estes mas também ás próprias empresas, ao ambiente social e á produtuvidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário