sexta-feira, 16 de outubro de 2020

PANDEMIA, AÇÃO SINDICAL E SAÚDE PÚBLICA!

 

É para todos evidente que são grandes as limitações à actividade sindical derivadas da actual pandemia


do COVID 19.O sindicalismo exige uma ação de proximidade militante, de reunião presencial, de afirmação no espaço público, não se podendo limitar ao virtual.

Esta pandemia acentua a debilidade organizativa e associativa que já existia e acentua as relações individualizadas, fragmentadas e o isolamento dos trabalhadores.Os sindicatos e associações correm o risco de conservarem a cabeça e perderem o corpo, ou seja,perderem  as suas bases trabalhadoras e associativas.

Neste quadro os sindicatos e outras organizações de trabalhadores vão ser obrigados a investir  na defesa da saúde dos seus associados, dirigentes e de outros trabalhadores.Vão ter que investir meios financeiros em diversas actividades e consumíveis em apoio directo à ação sindical, tais como a compra de material de prevenção e higienização como luvas e gel para os activistas e trabalhadores sindicais, limpeza mais frequente das instalações do trabalho sindical e de atendimento ao público, aluguer de salas mais amplas para manter o distanciamento em determinadas ações de formação.

Ora, nem todos os sindicatos, como organizações não lucrativas, estão em posição financeira para suportar novos encargos  por longos meses ou anos.Sabemos que alguns já não conseguem satisfazer os seus compromissos elementares e as perspectivas de sindicalização podem ainda ser mais reduzidas.

Segundo declarações recentes da Comissão Europeia o novo quadro europeu de segurança e saúde dos trabalhadores vai ter em conta esta realidade da pandemia, nomeadamente no que respeita a fundos europeus previstos para enfrentar a mesma.Poderão estar aqui algumas portas abertas para que ao nível do diálogo social se possam definir quadros de apoio financeiro para estas novas exigências sanitárias impostas pelo COVID 19.É uma questão de saúde pública!

Aliás, seria importante que se abrissem linhas de apoio financeiro à ação associativa e cooperativa e ,em geral, a toda a economia social.A vida associativa está a sofrer um pesado revés com esta pandemia e, como tal, está afectada a participação cidadã e a democracia.

Mas como já existe uma luta tremenda pelos apoios comunitários que irão chegar corremos o risco dos mesmos se aplicarem em projectos empresariais e dos lobis com influência política do bloco central.O movimento sindical e associativo português terá que estar atento para que, por um lado os apoios não sejam apenas canalizados para as grandes empresas dos serviços, indústria e agricultura e, por outro, para que os projectos de cidadania, de promoção do emprego de qualidade e de combate á pobreza tenham prioridade.


Sem comentários: