quinta-feira, 3 de outubro de 2019

A LUTA PELO TRABALHO DIGNO É GLOBAL


Neste 7 de outubro terá lugar 12ª edição da Jornada Mundial pelo Trabalho Digno.Centenas de organizações de trabalhadores vão promover diversas manifestações para afirmar que a luta pelos direitos dos trabalhadores e pela sua emancipação económica, sócio-cultural e política está na ordem do dia em todo o mundo. O recente relatório da Confederação Sindical Internacional  (CSI) mostra como tem aumentado a repressão dos trabalhadores em todos os continentes, incluindo a na UE que ainda há pouco tempo aprovou o Pilar dos Direitos Sociais.
Hoje os trabalhadores, incluindo quadros e gestores, vivem e trabalham num ambiente a que chamam «mercado» onde a competição é feroz,as carreiras instáveis e curtas e tudo é flexível e volátil.Sistemas de avaliação profissional pagos a ouro obrigam a objectivos inalcansáveis, a frustrações e culpabilizações, bem como ao sabor do stresse diário que nos corrói a saúde e a dignidade.É o capitalismo predador de resultados imediatos e que descarta as pessoas sem dó nem piedade.
No mesmo «mercado» ou fora dele vivem e trabalham também milhares de trabalhadores imigrantes clandestinos ou precários, uns na agricultura e construção, mas também na limpeza, a entregar produtos ao domicílio, a fazerem mil biscates à hora ou à tarefa.Milhares encontram-se mesmo em situação de servidão dominados por redes mafiosas que exploram em negócio chorudo as crianças, jovens e mulheres.É o crime organizado para explorar seres humanos!Isto nas nossas barbas,em Portugal,na Itália,na Espanha na Inglaterra e outros países europeus.São mais de 25 milhões de seres humanos segundo algumas estimativas.
Mas, no «mercado» também existem centenas de milhares de trabalhadores nas fábricas do calçado, da cortiça e dos têxteis que continuam a suportar deficientes condições de trabalho, salários de miséria, horários prolongados.Quem manda é o patrão e o cliente, a empresa e o mercado mandam nos ritmos e na nossa vida.Para ter um aumento de alguns cêntimos no subsídio de almoço é necessário lutar com unhas e dentes e não é certo que se obtenha esse mísero aumento.
A entrada é de manhã cedo e a saída para ir buscar o filho é sempre muito tarde .Muitas das mulheres têm o trabalho doméstico suplementar ao trabalho suplementar da fábrica por causa do «banco de horas», que agora até vai ser sufragado, nome tão interessante que outrora  continha promessas de emancipação mas que agora vai servir para prender mais o trabalhador á fábrica.
Isto para não falar dos milhões de trabalhadores que em todo o mundo trabalham na economia informal onde não existem horários,nem regulamentos, nem contratos.É o reino do «safe-se quem puder», do ganhar algum dinheiro para não morrer, do pedir ou até pagar para ter um trabalho miserável.
É por estas e outras que o sindicato ainda continua a ser a nossa organização, a arma possível de milhões de trabalhadores sem terra, sem pão e sem teto .Onde eles existem vamos dar-lhes força, se necessário reconstruí-los, onde não existem há que organizar os trabalhadores em sindicatos ou algo que sirva os mesmos fins ,ou seja,  a luta pelo trabalho digno para todos e para todo o planeta.As alterações climáticas podem matar o planeta.As alterações laborais e sociais em curso também nos podem matar a todos!

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