quarta-feira, 20 de abril de 2016

TRABALHO TEMPORÁRIO É GRANDE NEGÓCIO!

 
Em 2014 existiam na União Europeia cerca de 26 milhões de trabalhadores temporários. Em Portugal temos mais de 200 empresas de trabalho temporário licenciadas, sendo que em Lisboa e Vale do Tejo estão localizadas mais de 50% das mesmas. Dados recentes apontam para um volume de negócios de aproximadamente mil milhões de euros. Segundo a própria Comissão Europeia este tipo de trabalho, que exige intermediários na relação tradicional de trabalho, veio flexibilizar as relações de trabalho facilitando a vida das empresas e dos trabalhadores!
Que este trabalho veio facilitar a vida das empresas utilizadoras ninguém tem dúvidas! Ficam sem problemas de despedimentos, despachando o trabalhador quando lhe convém, sem encargos para a segurança social e poucos ou nenhuns investimentos na formação profissional!
Que este trabalho veio facilitar a vida dos trabalhadores não é verdade! Que as empresas de trabalho temporário vieram promover o emprego é apenas uma meia verdade! Estas empresas são um magnífico negócio com o qual muita gente está a lucrar, nomeadamente alguns dirigentes dos partidos que mais têm governado Portugal! Acontece que as empresas de trabalho temporário pagam ao trabalhador metade ou menos de metade daquilo que recebem da empresa utilizadora! Acontece que muitas das empresas de trabalho temporário torneiam a lei e fazem do trabalhador um escravo moderno! Pagam mal e não cuidam da segurança e saúde dos trabalhadores! Fazem autênticas vigarices nos contratos, impedem a sindicalização dos trabalhadores, não os informam e até escondem seus direitos!
Os call centers, a hotelaria e a agricultura são setores onde abunda o trabalho temporário! Empresas de colocação e empresas de trabalho temporário não seriam necessárias se tivéssemos serviços públicos de emprego competentes e com as devidas competências! Só que há muitos anos que o IEFP está a ser esvaziado para que proliferem este tipo de empresas e de negócios bem rentáveis!
Seria importante que o Estado, nomeadamente a ACT, fiscalizasse melhor estas empresas e limitasse a sua proliferação.Não com paninhos quentes.Está por provar que elas contribuam assim tanto para a promoção do emprego como dizem!E o emprego que promovem é o trabalho precário e sem condições!



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