terça-feira, 17 de novembro de 2015

O CERCO!

Quem consegue fazer o mínimo de leitura dos últimos acontecimentos políticos pode verificar que o cerco está montado ao ainda não existente governo PS, apoiado pelos partidos da esquerda parlamentar. Cerco que tem os pontos fortes nas sedes do CDS e PSD, passando pelos órgãos de comunicação social, banqueiros, agências financeiras internacionais, empresas de consultadoria, grandes grupos económicos e elementos de instituições da União Europeia. Todos estão com as baterias apontadas, embora apenas estejam a dar uns tiritos de aviso!
Portanto o eventual governo PS já sabe com que pode contar nos próximos meses.Com um cerco monumental em toda a linha visando eleições a curto prazo e a manutenção das políticas de austeridade na Europa! Todavia, a União Europeia está numa situação de tal gravidade que não se pode dar ao luxo de abrir mais uma guerra, agora com Portugal e em dezembro com a Espanha! Tem o problema dos refugiados, do terrorismo e de um crescimento económico nada interessante.
Neste quadro as organizações de trabalhadores estão numa situação difícil. CGTP e UGT vão ter que lutar pelos interesses dos trabalhadores num quadro complexo e de cerco às suas pretensões. Salário mínimo? Vai dar luta! Todos os que vivem bem e que não sabem o que é a pobreza, e até a miséria, vão combater contra essa ideia, para eles, destruidora da competitividade! Recuperação salarial na Função Pública? Não, por causa do déficit e das imposições de Bruxelas! Rever os escalões do IRS e dar mais folga aos trabalhadores de rendimentos médios? Nem pensar porque o Estado ficará sem impostos!
Ou seja, nada de políticas favoráveis a quem trabalha! Baixar IRC e o IVA, já serão medidas positivas, bem como facilitar a vida aos investidores, ou seja, ao pessoal do dinheiro, dando toda a corda à Banca, pobrezinha, à EDP, aos Correios e aos transportes privatizados, bem como aos grupos das telecomunicações e multinacionais!
Não contem, obviamente, com a complacência das organizações dos trabalhadores. Neste cerco há que montar um contra- cerco, um espaço de respiração e liberdade! Se é preciso gritar os trabalhadores também sabem gritar! Numa democracia não há párias, excluídos só porque não seguem o pensamento dominante, a «verdade absolutizada»!
Um eventual governo PS é apoiado por acordos frágeis? É verdade! Os acordos são frágeis no papel! Tal não significa que venhamos a ter um governo fraco!


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