quinta-feira, 9 de julho de 2015

MILHARES DE TRABALHADORES SEM VIGILÃNCIA DA SAÚDE!

Há mais de um ano foi publicada a Portaria nº112/2014 de 23 de maio que pretendia regular a prestação de cuidados de saúde primários do trabalho através dos Agrupamentos de centros de saúde (ACES) visando assegurar a promoção e vigilância da saúde a grupos de trabalhadores específicos de acordo com o previsto no regime jurídico da promoção da segurança e saúde dos trabalhadores. 
Quem são esses trabalhadores? São os trabalhadores independentes, agrícolas sazonais e a termo, aprendizes ao serviço de um artesão, trabalhadores do serviço doméstico, pescadores e, enfim, trabalhadores de microempresas que não exerçam atividade de risco elevado.
Ora, esta realidade no nosso País significa centenas de milhares de trabalhadores cuja promoção e vigilância da saúde ficariam asseguradas pelo Serviço Nacional de Saúde. Digo: «ficariam» porque efetivamente, e apesar deste diploma, não ficaram! Pouco ou nada se fez neste sentido. Não se realizou formação e preparação de médicos e enfermeiros do trabalho para assegurarem estas funções nos centros de saúde! O governo sabia que seria assim pois nem conseguia médico de família para todos os portugueses como poderia abrir uma nova frente do SNS, ou seja, capacitar aqueles centros com os recursos humanos e técnicos para a vigilância da saúde no trabalho! Aliás, a Ordem dos Médicos contestou esta Portaria porque não teria pés para andar! Mais um «Faz de Conta» legislativo para «inglês ver», matéria onde, de facto, este governo é exímio e em geral a nossa tradição política!
Mas esta malfeitoria do governo não surpreende! Agora surpreende-me que os parceiros sociais e, em especial os sindicatos, estejam calados sobre a matéria!

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