quarta-feira, 22 de julho de 2015

A GRÉCIA, O PAPA FRANCISCO!

Nas últimas semanas o ocorreram dois acontecimentos no mundo de grande importância social e política. Por um lado a assinatura pelo governo grego de um acordo com o Eurogrupo e, por outro, a visita do papa Francisco aos países mais pobres da América Latina, nomeadamente à Bolívia onde participou num Encontro dos Movimentos Sociais e Populares!
Relativamente à primeira questão, a Grécia, muito se falou e continua a falar, enquanto da segunda muito pouco se falou e escreveu em Portugal! Este Papa tem um discurso que cria alergias em largos setores da Igreja portuguesa e europeia; fala a partir do olhar das periferias do interior de cada país e dos continentes! Mas, uma andorinha não faz a Primavera e se a palavra/praxis deste Papa não mobilizar outros setores da Igreja católica, mobilizando mais cristãos em todo o mundo para a luta contra esta economia predadora do capitalismo atual, de muito pouco valerá o esforço de Francisco! A recente encíclica é um documento altamente mobilizador para essa luta, em defesa da terra mãe e do homem todo e de todos os homens, construindo um mundo sem excluídos e oprimidos!
Relativamente à cena grega sou dos que não condena o primeiro- ministro nem o Syriza! Com maior ou menor competência tentaram e tentam encontrar outro caminho para a União Europeia e para o seu país, utilizando os instrumentos democráticos! Não raras vezes a voz popular é contraditória! Mas o respeito pela vontade popular nunca esteve em causa na minha opinião!
Pelo contrário, os outros membros do Euro nunca fizeram qualquer esforço para negociar com o governo grego e avespinharam-se com a convocatória do referendo! Estiveram e estão perfeitamente organizados com uma vontade comum de esmagar qualquer alternativa do tipo syriza! Foi afirmado de forma clara que, neste momento, no euro existe uma só moeda, uma só voz, uma só política! A política da austeridade ao serviço dos banqueiros e acionistas! Com algumas pequenas diferenças entre socialistas e conservadores, é verdade! A realidade não é a preto e branco e em política são importantes as diferenças e nuances!

Neste sentido, e como principal lição a retirar para já do caso grego, é que as forças europeias que lutam por políticas que não cortem direitos dos trabalhadores e pensionistas e criem emprego de qualidade precisam de ser reforçadas! Os sindicatos são uma destas forças…mas tiveram um papel bem apagado!! 

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