sexta-feira, 21 de julho de 2023

TEMOS UM NOVO MUNDO? Sim, o das multinacionais e tecnologias!

 

São muitos os investigadores sociais e filósofos que nos dizem que estamos numa fase da História em


que estando em crise vários valores tradicionais vão emergindo novos valores, alguns dos quais entrando em choque com os anteriores.Falamos em conflito de gerações, de mentalidades , enfim de ideologias, de visões do mundo e da vida!

Partidos políticos, igrejas,associações, empresas e fundações vão trabalhando as ideias , produzindo valores e procurando fazer valer as suas, promovendo-as nos «midia»,nas artes, na política e até e principalmente nas universidades, nas escolas de gestão e finança.

Mas, nas últimas décadas do século passado e deste século os grandes actores  da promoção de valores, em particular do mercado,são as grandes multinacionais.Elas estimularam e beneficiaram da globalização com os avanços tecnológicos na comunicação e informação e promoveram o mercado global como o «grande senhor», o maestro do progresso capitalista, da exploração desenfreada dos recursos da natureza e humanos.Os avanços enormes na mobilidade,nomeadamente na aviação e na rodovia e na comunicação, com a internet, permitem às multinacionais um desempenho extraordinário e uma acumulação de capital nas mãos de poucos.A riqueza nunca esteve tão concentrada como hoje!

As multinacionais definem a moda, o consumo ,a informação

Este mundo moderno é assim configurado pelas grandes multinacionais ligadas aos recursos naturais e agroindústria, química e farmaceutica bem como às teconologias de comunicação e informação.São elas que definem a moda, os padrões de consumo,a informação que deve ser dada ao povo, as músicas a vender no mercado , a saúde e até a gastronomia.São elas que dominam as grandes escolas de gestão e do direito através de parcerias e financiamentos de estudos e laboratórios.Algumas delas têm importantes interesses em aspectos vários da logistica da guerra e na produção de armamento.

As multinacionais avançaram para formas de organização do trabalho e de gestão que visam por um lado promover a subcontratação e o outsourcing,e por outro, a flexibilidade , o falso trabalho independente, o contrato individual, a destruição da negociação colectiva e a ação sindical.Fazem  a rotação de pessoal  e de gestores, promovem sistemas de avaliação injustos e distribuição de premios segundo critérios discriminatórios.Aparecem frequentemente com slogans e medidas de bem estar no trabalho nos países europeus mas exploram, por vezes, o trabalho infantil, promovem a desmatação e a exploração dos recursos de países pobres.

A ação sindical na maioria das multinacionais está hoje muito complicada com excepção de algumas empresas alemãs onde a cultura empresarial da cogestão ainda tem alguma tradição.Foram as comissões de trabalhadores que se extinguiram em algumas empresas e noutras se debilitou a estrutura sindical.A diminuição do «poder operário», das oficinas ou fábricas dessas multinacionais e o crescimento dos quadros e colarinhos brancos contribuiu para a menor ação sindical.Grandes fábricas que tinham centenas de operários à cinquenta ou sessenta anos estão hoje com algumas dezenas de engenheiros à frente de computadores.

O sindicalismo terá que superar estas novas dificuldades próprias das mudanças profundas ocorridas no trabalho decorrentes em particular da introdução das tecnologias de informação e comunicação e de formas de organização do trabalho que promovem a competição entre trabalhadores,a divisão e isolamento.O teletrabalho, no quadro da pandemia, permitiu acelelarar o trabalho em casa de milhões de trabalhadores em todo o mundo com proveito de várias multinacionais.

As multinacionais promovem e estimulam uma cultura individualista e competitiva tendo por base o consumismo e a submissão da vida às regras do mercado.Dominam a bolsa e a circulação financeira em todo o mundo,fazem chantagem aos governos e até provocaram a queda de alguns.

Para as multinacionais não existem pessoas nem trabalhadores, mas antes colaboradores e clientes.Estes são entes abstratos, objectos de estudo de mercado,eventualmente descartáveis se o negócio e os lucros dos acionistas o exigirem.As multinacionais têm várias caras e ramificações.Na América e na Europa têm uma cara na Africa e  na China outra!Aliam-se aos militares na América Latina, aos oligarcas na Rússia, aos burocratas na UE e aos altos funcionários do Estado na China!Para elas não existem fronteiras e, em geral, pagam os impostos que elas mesmas querem.

Ao controlarem a tecnologia de informação e comunicação as multinacionais estão a percorrer um caminho que nos levará cada vez mais a uma sociedade vigiada e controlada social e polticamente.

Seremos controlados na rua,no trabalho e em casa!

Seremos controlados na rua, no trabalho  até em casa!Se não existirem resistências na sociedade e se a democracia se degradar teremos sociedades totalitárias, absolutamente controladas.

A «cultura» empresarial das multinacionais conduz à competição global, à exploração desenfreasda do planeta e à sua destruição!Têm uma «cultura» do progresso e da acumulação infinita como o nosso planeta não se pudesse esgotar e alterar.É para a política das multinacionais que teremos que olhar e serão elas o nosso, da humanidade, adversário principal!Os governos, na sua maioria estão ao seu serviço, as autarquias perdoam-lhe impostos para se inplantarem no respectivo concelho,os outros empresários são delas dependentes nos seus negócios

Os consumidores organizados, os trabalhadores organizados e os estados que queiram ser soberanos podem enfrentar as multinacionais.Em vários locais do globo temos organizações de jovens ecologistas,associações de indigenas,sindicatos de trabalhadores,diversos movimentos sociais  a lutarem ,por vezes com risco da própria vida dos seus membros, contra as políticas e «valores» predadores das multinacionais.

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