Caso esta grande mobilização dos profissionais
da educação a que se juntaram os sindicatos da UGT da CGTP e independentes dê
frutos para a classe docente o grande protagonista é , sem dúvida o Sindicato
de Todos os professores S.T.O.P que tembém associa outros profissionais da educação
e não poderá ser mais ignorado pelo Ministério da Educação e pelos outros
sindicatos do sector.
Com a entrada em cena deste pequeno mas activo sindicato a luta dos professores não apenas se
radicalizou mas também se alargou, ou seja, conseguiu mobilizar professores e outros profissionais que raramente tinham participado nas lutas ou desiludidos, deu importância às comissões de greve, delegados sindicais e outros activistas,procurou envolver os encarregados de educação e os directores das escolas.Por outro lado, fez das suas fraquezas forças, ou seja ,não sendo capaz de ter gente para enquadrar as lutas permitiu uma certa espontaneidade dos participantes com palavras de ordem, declarações e cartazes e proprios, fazendo assim alguma diferença relativamente aos sindicatos mais antigos e mais disciplinados.
Por outro lado, a organização das chamadas
greves «self service», plenários locais e outras iniciativas, lançaram uma
grande perturbação nas escolas,levando ao estabelecimento, julgo que pela
primeira vez, dos serviços mínimos.Serviços mínimos polémicos e de duvidosa legalidade.
Nas suas reivindicações o STOP pretende colocar
em cima da mesa a degradação da Escola Pública e, em particular, as deficientes
condições de trabalho, as injustiças no que respeita às carreiras, tempo de
trabalho congelado e precariedade dos professores.
Todavia, a luta do STOP teve e tem algumas
debilidades que não conseguiu e será dificil conseguir superar.Uma delas foi a
questão da aliança com os outros profissionais da educação.Estes pertencem a
outros sindicatos da Função Pública e têm reivindicações próprias que nem de
perto nem de longe estiveram no caderno do STOP.Falou-se fala-se dos senhores
professores,mas pouco da nossa classe, como dizia uma auxiliar de educação.Eram
eles/as que sempre fechavam as escolas com as suas greves perante o «lavar de
mãos» dos professores!Neste sentido muitos dos auxiliares de educação,
actualmente assistentes operacionais, viram no apelo do STOP um certo
oportunismo.
Outra debilidade natural foi que o Sindicato
STOP não tinha quadros formados para dinamizar estas lutas, embora agora possa aproveitar
os activistas que emergiram nestas lutas.A melhor formação é a ação, retirando
lições dos erros cometidos.
Finalmente queremos acreditar que todos os sindicatos vão aproveitar esta situação para se aproximarem e convergirem na ação para que possam conseguir algumas reivindicações.A saúde física e psiquica dos profissionais de educação está em risco.São muitos os que esperam a aposentação como uma libertação! Grave!
A armadilha da competição
sindical, do centralismo e do vanguardismo, apesar da unidade dos profissionais
na base, pode matar esta luta resultando em frustração colectiva e em descrença
generalizada.
Note-se que uma vitória dos professores mesmo que não a 100%, dará força a outros sectores profissionais revigorando a sua luta e melhorando as suas condições salariais e de trabalho.Este horizonte estará na mente dos governantes que apostam tudo« nas contas certas».Daí que será de evitar o «tudo ou nada»!
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