terça-feira, 13 de setembro de 2022

O GOVERNO VAI PELO ASSISTENCIALISMO, TEM MEDO DOS GRANDES!

 

O Governo do Partido Socialista , apesar de ter a maioria, rendeu-se ao assistencialismo e tem medo dos grandes .Era o que se temia há tempos.O governo de António Costa, agora sem a «geringonça» não vai


utilizar a sua maioria parlamentar para realizar reformas importantes que beneficiem as classes populares com destaque para o necessário equilibrio das relações de trabalho, reforçando o tratamento mais favorável do trabalhador e a negociação colectiva,bem como a exigência de melhores salários e de condições de trabalho mais dignas e saudáveis.

As medidas que este governo vai tomando mostram que a natureza social deste Partido Socialista vem na sua linha histórica , ou seja, não beliscar um centímetro as classes  possidentes,as grandes empresas e seus acionistas, e dar umas migalhas aos pobres de vez em quando.Quanto ao resto, ou seja investimento nos serviços públicos, há muita retórica algum dinheiro, mas pouca vontade em continuar com um serviço de saúde universal e gratuito como os seus fundadores o idealizaram após a revolução de Abril.

Mas, dada a conjuntura, a relação de forças a nível mundial, a enorme dívida pública, a dependencia dos mercados financeiros ,os constrangimentos da UE, este governo poderia fazer mais?Podia!É aqui que eu e muitos portugueses têm fortes divergências com alguns militantes socialistas.Não fazem mais porque no próprio Partido há dirigentes que são sociais democratas do PSD.Lutaram com todas as forças para que a experiência dos acordos à esquerda acabasse e se fizesse aliança com o PSD.Sãos os primeiros a proibir qualquer alteração laboral que repusesse o que Passos/Troica retirou aos trabalhadores, nomeadamente os cortes no valor do trabalho extraordinário e no caso de despedimento;são os primeiros a dizer que a caducidade é necessária para dinamizar a negociação quando o que se passou foi o contrário!O que eles queriam era um governo como este que não chateasse os poderosos;diziam «um governo em que o PS governasse em liberdade».Pois aí temos!

Assim o actual governo do António Costa é um governo velho à nascença, governando no lugar do PSD e retirando  deste partido a dinâmica assistencialista no plano social e de combate à inflação.Destas oito medidas nehuma actua na questão salarial e da repartição da riqueza para combater as desigualdades gritantes que se acentuaram com os efeitos da guerra e da pandemia. O imposto sobre os lucros escandalosos das grandes empresas está rodeado de incertezas e polémicas mesmo no interior do próprio Partido.Um imposto que é debatido e aplicado por partidos da direita escandalizados com o que se passa.Estão a ver as semelhanças com o PSD de Montenegro?

António Costa tem  a sorte de governar um País com mentalidade de pedintes, de aceitar com as duas mãos qualquer esmola,o «vale mais do que nada» onde o fatalismo e o assistencialismo fizeram escola desde tempos imemoráveis.O País reivindicativo ainda é minoritário, considerado por muitos como  «pobre e mal agradecido»,contestário, que nunca está satisfeito, como se fosse pecado exigir aquilo a que temos direito como seres humanos e cidadãos!

Perante esta estratégia do Governo maioritário, de governar para se manter no poder o mais tempo possível o combate vai ser duro, até porque na retaguarda deste governo espreitam outras forças que representam já não o assistencialismo mas o «salve-se quem puder», o direito e a liberdade do mais forte, as forças rancorosas que querem ainda fazer ajustes com o 25 de Abril após quase meio século depois!Mas atenção, o melhor caminho para o sucesso dessas forças é não enfrentar a realidade, não fazer reformas, não valorizar quem trabalha.A seu tempo o Estado não terá dinheiro para dar mais uns tostões aos pobres, porque estes serão muitos, muitos.....

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