sexta-feira, 22 de outubro de 2021

DIREITA PORTUGUESA ESTÁ COM UM «BRILHOZINHO NOS OLHOS»!

 


A direita portuguesa perdeu as recentes eleições para as autarquias mas recebeu alguma vitamina com a vitória eleitoral em Lisboa.Toda a comunicação social e seus «papagaios» afirmam que se abre um novo ciclo que pode a curto prazo levar a coligação de direita ao poder político.O cheiro a poder notou-se na tomada de posse de Moedas onde estiveram os passados e actuais líderes da direita portuguesa e onde se nota um «brilhozinho nos olhos» em todos eles e todas elas.

Muitos quadros já se sentem a tomar posse no aparelho do Estado e vislumbra-se uma distribuição pelos amigos dos fundos europeus.Festejam o almejado fim da «geringonça» que num balanço sumário apenas conteve o projecto austeritário radical e autoritário de Passos Coelho, aliviou a tensão social e alimentou a esperança dos trabalhadores em melhores dias.

Hoje verificamos que os primeiros quatro anos do governo PS com os acordos à esquerda foram os melhores para os trabalhadores embora os ganhos ficassem muito aquém do que inicialmente se pensou.De facto os últimos dois anos ficaram marcados pela pandemia e por um governo fraco e por uma estratégia errante e isolacionista do PS.

Neste momento à esquerda não existe qualquer projecto mobilizador para os próximos tempos.Os partidos de esquerda consideram também esgotada a «geringonça» e debatem um orçamento com desconfiança e sem projectos de futuro, tolhidos pelos resultados eleitorais recentes.Para um militante social de esquerda o panorama é desolador.A esquerda envelheceu tanto ao nível social como político.

O PS gere a situação procurando a conformidade com os ditames de Bruxelas e dos mercados , o BE e o PCP mais parcem sindicatos do que partidos politicos.Apresentam boas reivindicações que chocam com os constrangimentos da UE mas ninguém está disposto a construir um programa para o país que possa ser sufragado pelo povo, com as devidas alianças e estratégia de curto e médio prazo.

Com esta dinâmica e caso não exista um sopro inovador e arrojado perspectiva-se a prazo uma maioria de direita que irá retomar o seu projecto de aprofundamento da desigualdade e de empobrecimento.As tendências negativas no mundo do trabalho acentuaram-se com a pandemia como foi demonstrado num recente seminário internacional promovido pela Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos em Valongo no início deste mês.A desregulação das relações de trabalho a desvalorização salarial, o trabalho precário e negro cresceram.Com a pandemia e sem pandemia os grandes grupos económicos ganham dinheiro, os ricos estão a ficar mais ricos e os pobres mais pobres.

Não basta dizer que perante esta situação , estrutural do sistema capitalista, temos a luta.Os trabalhadores ,em particular as suas organizações sindicais, têm lutado.Precisam porém que os partidos aliados não desperdicem essa luta.Não basta dizer que o partido socialista está mais próximo do PSD e que são burgueses.Temos que construir uma alternativa maioritária com as organizações que temos.Temos organizações sociais, sindicais e políticas com uma grande diversidade.Nem todas são comunistas nem socialistas.Há que construir um projecto que inclua toda a diversidade dos mais pobres e explorados.

Sem comentários: